Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

química orgânica, para gordura, e troposfera, termo técnico de Geografia física, para
camada mais baixa da atmosfera a fim de tornar a matéria editorial inteligível, e
instrucional. Há também o subtítulo OZÔNIO BOM, que é: ―na estratosfera, zona da
atmosfera situada acima da troposfera, caracterizada por um pequeno crescimento
da temperatura, o gás que bloqueia a radiação ultravioleta do sol, formando a
camada de ozônio. A exposição direta aos raios ultravioletas pode causar câncer‖.
Traçados o perfil e a função metalingüística da Folha, concluímos que o jornal
acaba assumindo a função didática, sobretudo quando trata de assuntos das áreas
científica e econômica, marcadas por termos específicos, os chamados termos
técnicos, que acabam levando o jornal a realizar tarefas instrucionais e de infografia
como definição, esquematização, ilustração, exemplificação, artes gráficas, etc.
Quando o jornal decide abordar assuntos da área econômica, principalmente, é
regra cumprir a função didática. É o que acontece com a Folha de São Paulo do dia
26/01/03, editoria Brasil, página A8, na matéria de Clóvis Rossi: ―Superávit será
superior a 4%, diz Meirelles‖. Além das funções referencial e emotiva, o título, pelo
uso da expressão latina superávit, prenuncia a necessidade de um esclarecimento
sobre o significado da própria palavra. O que, de fato, é feito logo no início do lead.
Este funciona como extensão do título: ―O Superávit fiscal primário (receitas menos
despesas do governo, excluídos os juros) será neste ano superior a 4% do PIB
(Produto Interno Bruto) e, portanto, acima da meta de 3,75% acertada pelo governo
de Fernando Henrique Cardoso com o Fundo Monetário Internacional‖. O Lead
orienta-se para a função metalingüística. É o código traduzindo o código econômico.
Conclusão
Os exemplos de manchetes, títulos, subtítulos (intertítulos ou ‗olho‘) e inícios
de ―leads‖ que foram utilizados neste trabalho configuram-se como algumas
modestas expressões dentre as muitas possibilidades no noticiário do nosso
cotidiano. Serviram, porém, para comprovar que a imparcialidade e a
impessoalidade, apesar do propósito do jornalismo, não ocorrem efetivamente.
O texto noticioso jornalístico não é o fato, mas a representação do fato.
(LUSTOSA, 1996, p. 21). E, como representação, está sujeito às intenções da
empresa e de quem o produz. E é essa carga de intencionalidade que, antes de ser
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