02.06.2013 Views

Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Segundo Jakobson (1999, p.123-4), ―a chamada função emotiva ou<br />

‗expressiva‘, centrada no remetente, visa a uma expressão direta da atitude de quem<br />

fala em relação àquilo sobre o que se está falando. Tende à impressão de certa<br />

emoção‖.<br />

Da mesma forma, Chalhub (2001, p. 17-8) diz que ―a função emotiva tem seu<br />

Einstellung no emissor que deixa transparente as intenções do seu dizer, marcando-<br />

a em 1ª pessoa. A função emotiva implica, sempre, uma marca subjetiva de quem<br />

fala, no modo como fala‖.<br />

Assim, podemos afirmar, repetindo o professor e linguista Lopes (1995, p. 61),<br />

que ―essa função revela o estado emocional do falante perante o objetivo de sua<br />

comunicação. A mensagem com função emotiva não vale pelo conteúdo intelectual,<br />

que veicula, mas sim pela sua carga emocional‖.<br />

Há também manchetes e títulos nos quais percebe-se que o jornalista faz uso<br />

da função emotiva como preponderante. São os chamados títulos expressivos:<br />

―Velhinho morre na fila dos 147%‖ (Folha da Tarde - SP - 10/01/1992).<br />

―INSS mata aposentado na fila‖ (O Dia - RJ – 10/01/92)<br />

As manchetes da Folha da Tarde e de O Dia-RJ referem-se ao mesmo fato<br />

informado pela Folha e pelo Estadão, visto anteriormente. Mas, diferentemente,<br />

apresentam carga emotivo-expressiva. A Folha da Tarde usa a palavra velhinho e,<br />

de acordo com Luís Agostinho Cadore (2000, p. 24), o diminutivo é um recurso<br />

gramatical que pode ser usado para promover a comunicação emotivo-expressiva. O<br />

Dia usa o verbo mata, de forte intensidade expressiva, e chega a ser hiperbólico e<br />

sensacionalista. O conteúdo de sua manchete é altamente ideológico, funciona<br />

como um contraponto ao INSS.<br />

Nas duas manchetes, a função emotiva é predominante. Carregam marcas<br />

expressivas do emissor.<br />

O título „IPI menor de carros é só aspirina‟, diz Furlan, (Folha de S.Paulo, B4,<br />

12/08/03) é construído a partir do discurso direto do ministro. Apresenta o<br />

Einstellung centrado no emissor; tem-se a função emotiva ou expressiva da<br />

linguagem de forma marcante. O título deixa transparente o juízo de autoridade,<br />

ponto de vista do ministro: a redução do IPI para o setor automotivo é qualificada<br />

metaforicamente como comprimido /aspirina, passando a ser configurada como<br />

paliativa.<br />

58

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!