Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

contextos sócio-culturais revestidos de uma de uma aura cultural brasileira que
inverte o rio da história da colonização predatória.
Ou seja, com essa paródia houve uma apropriação cultural, que se deu por
meio das mesmas armas do colonizador: o consumo de massa. O capital
imperialista queria que comêssemos e usássemos seus produtos e bens, mas nós
simplesmente a devoramos, estamos nos apropriando de sua cultura, reelaborando-
a, transformando-a, impregnando-a de brasilidade. Por meio de nossa máquina
eletrônica de publicidade (a internet), popularizamos as prosódias e paródias de um
de nossos maiores símbolos: o Hino Nacional Brasileiro.
Encerramos nossos comentários com a interrogação que nos propõe Galeano
(2002, p.232): ―Qual bandeira tremula sobre as máquinas?‖. Responder essa
questão é necessário, pois é partir do reconhecimento dessa bandeira que o povo
latino-americano romperá com a realidade pós-colonial e criará seu próprio
paradigma. Mas a resposta sugere-nos outra empreitada de investigações.
5. Conclusão
A maior parte de nós não tem a mínima consciência do mecanismo que se
opera na escolha dos nomes dos produtos e das empresas, principalmente se forem
grafados em outra língua. Mas é importante que se depreenda, por intermédio de
nosso presente trabalho, que existe um critério que orienta o mercado na escolha de
determinados nomes de organizações e de alguns produtos à nossa disposição para
mera interação ou para consumo diário.
Um redator de propaganda, para ter uma possibilidade de sucesso, deve obter
informações completas sobre o seu assunto. A biblioteca de uma agência de
propaganda deveria ter livros sobre todos os campos que exigissem pesquisa
(HOPKINS, s/d, p. 77) .
Embora possa parecer em alguns momentos, face ao caráter próximo à sátira
de algumas relações que fizemos, a escolha dos nomes de algumas empresas ou
de certos produtos comerciais não sofrem sempre do efeito parodístico.
Diferentemente do que ocorreu na apropriação lingüística e conseqüente subversão
do trecho do Hino Nacional Brasileiro.
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