Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
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O jornal Folha de S.Paulo, do dia 12/08/03, traz, na primeira página, o título:<br />
―Estudante atira galinha preta viva em Marta‖<br />
Esse título impessoal, objetivo e até descritivo, apresenta como predominante a<br />
função referencial ou informativa. A Folha de São Paulo prezou a informação de<br />
que, quando discursava para estudantes e professores de Direito na comemoração<br />
do Centenário do Centro Acadêmico de Agosto, no largo São Francisco, a prefeita<br />
fora alvo de protestos e do estudante, que é também determinado no título da<br />
página interna – C4 (―Estudante de Direito joga galinha em Marta‖).<br />
O jornal O Estado de São Paulo, do dia 11/08/03, traz na página interna – C3 o<br />
seguinte título: ―Diminui volume de entulho nas margens do Rio Pinheiros‖. E como<br />
intertítulo (olho) ―Projeto Pomar fez campanha para alertar a população sobre o<br />
problema do lixo‖.<br />
Esse título e ―olho‖ de O Estado de São Paulo informam sobre os efeitos da<br />
campanha do Projeto Pomar e seu objetivo por se referirem à situação atual do Rio<br />
Pinheiros. Por conseguinte, é impessoal, sem marcas do emissor, o que confere<br />
neutralidade à informação impressa. Logo, a função referencial se apresenta no<br />
título de forma predominante, o que garante informação definida, clara e<br />
transparente.<br />
Além da função referencial centrada na informatividade, o jornalista ou editor-<br />
chefe podem orientar as manchetes e títulos para outras funções da linguagem<br />
marcantes no discurso jornalístico, como para a emotiva, (com ênfase no emissor)<br />
para a conativa, (com ênfase no receptor) e para a metalingüística, (com ênfase no<br />
código).<br />
O objetivo deste trabalho é analisar, de acordo com Roman Jakobson, algumas<br />
manchetes e títulos dos principais jornais impressos brasileiros, principalmente de O<br />
Estado de S. Paulo e da Folha de S. Paulo, para mostrar que, além da função<br />
referencial ou denotativa predominante na linguagem jornalística, outras funções<br />
dialógicas da linguagem, como as citadas acima, também são utilizadas pelo editor<br />
e/ou jornalista com a finalidade estratégica de conduzir a leitura e atingir uma<br />
intencionalidade.<br />
Perfil emotivo ou expressivo<br />
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