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Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

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Pelas relações estabelecidas entre campo e fora de campo, ou seja, entre o<br />

que é efetivamente visto pelo espectador e o que lhe é sugerido pelos dados<br />

bordados apreendidos na tela, a publicidade pode tecer enunciados de grande<br />

riqueza em termos de pressuposições, implicações, sugestões e subentendimento<br />

de sentidos a serem construídos pelo espectador por meio deste recurso. Auxiliam-<br />

nos na exposição desta idéia os conceitos de Landowski (1982, p. 85-101) sobre os<br />

conceitos apresentados em seu esquema de visibilidade.<br />

A visibilidade é um instrumento de transmissão do saber. O esquema ou<br />

regime de visibilidade envolve o ―ver‖ e o ―ser visto‖ e, por meio dele, decide-se o<br />

que deve ou não ser mostrado. A transmissão do saber, a relação escópica, envolve<br />

duas instâncias, um sujeito 1 que tem por objetivo ―fazer ver‖ e um sujeito 2,<br />

modalizado pelo querer, dever, poder e saber ―ver‖, ou seja, um sujeito que vê e<br />

outro que é visto. Entre esses dois sujeitos encontra-se o objeto da visão, a imagem.<br />

O sujeito 1 guia o percurso do sujeito 2, decidindo quais elementos serão<br />

privilegiados na exibição, qual deles terá maior ou menor visibilidade e como serão<br />

combinados entre si. Esses dois sujeitos serão denominados escópicos ou actantes<br />

e entram em relação a partir das modalidades do querer, dever, saber e poder ver.<br />

Para que o esquema de visibilidade se realize, são necessárias competências ou<br />

condições, como a existência de uma fonte de luz para iluminar o objeto, guiando o<br />

espectador. Nesse sentido, o observador tem que saber ver e o observável tem que<br />

querer/saber mostrar-se. Finalmente, pode-se dizer que a modalidade do querer é<br />

uma das mais importantes para que a relação escópica se atualize.<br />

O espaço plástico é, portanto, o local onde se depositam todas as<br />

informações, desde a descrição do ambiente onde se desenvolverão as ações até<br />

informações sobre estados psicológicos dos personagens.<br />

O segundo aspecto abrangido pela planificação diz respeito ao modo pelo<br />

qual o espaço e os elementos que o constitui devem ser vistos. O olhar do<br />

espectador também é guiado pelo tipo de plano adotado, pela angulação e<br />

inclinação da câmera. O enquadramento mostra-nos como a cena foi vista por quem<br />

colheu as imagens. Há, em certo sentido, uma identificação entre o olhar da câmera<br />

e o olhar do espectador, de modo que o segundo vê, a posteriori, exatamente aquilo<br />

que a lente da câmera captou anteriormente. Se, por um lado, esse procedimento<br />

pode resultar um efeito de sentido de dejá vu; por outro confere ao observador a<br />

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