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Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

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Há que se observar que jornalistas, por exemplo, estariam com sua<br />

importância diminuída enquanto gestores privilegiados dos fluxos de informação do<br />

tecido social. Ficaria para eles um outro papel, não menos importante, porém mais<br />

especializado, de analistas, seletores e comentaristas do cotidiano ao invés de<br />

geradores de dados. Afinal, os cidadãos, que estão em todos os lugares, que<br />

conhecem como ninguém a realidade à sua volta, têm maior capacidade de evitar o<br />

―crivo‖ jornalístico no que diz respeito à obtenção da informação. O fato é que,<br />

impulsionada pela internet, a geração de notícias está deixando de ser uma<br />

exclusividade dos profissionais dos meios de comunicação e está se configurando<br />

como mais um produto que vem servir à interatividade social. Ainda mais porque<br />

está se tornando um bem oferecido cada vez de forma gratuita. Se pensarmos<br />

sobre a informação de mundo com as quais lidamos ela é aparentemente gratuita.<br />

Na internet, a idéia de pagar pela informação tem dificuldades de vingar e aceita-se<br />

pagamento muito mais pelos serviços agregados ao noticiário do que pelas notícias<br />

propriamente ditas. Torna-se daí possível a inferência de que tudo que é gratuito é<br />

público; e tudo o que é público pertence à comunidade e de forma equânime aos<br />

cidadãos que nela habitam. Portanto, se as notícias são uma mercadoria pela qual<br />

paga-se cada vez menos, ou nada, então ela pertence a todos e por todos poderá<br />

ser gerida.<br />

Este novo conceito já possui tentativas bem sucedidas em curso e se apóia<br />

na participação ativa de grande parcela do público, que até então limitava-se a um<br />

papel nada aconselhável de passividade. O OhmyNews 2 , da Coréia do Sul, é uma<br />

experiência desta nova condição dentro do jornalismo e a primeira tentativa bem<br />

sucedida na internet de revolucionar o processo de garimpagem de notícias. Seu<br />

slogan: ―Cada cidadão é um repórter‖. Ao ser lançado em fevereiro de 2000, 727<br />

cidadãos se apresentaram como repórteres enquanto o staff do site não passava<br />

de quatro jornalistas. Hoje, decorridos quatro anos, a redação conta com 35<br />

profissionais e o corpo de ―cidadãos repórteres‖ já chegou a 35 mil nomes, que<br />

enviam em média 200 notícias diárias para as edições on line, impressas e em<br />

vídeo. O material é revisado e minimamente checado antes de ser posto no ar. A<br />

partir daí tem início um processo de avaliação da informação pelos próprios leitores<br />

cujos comentários, correções e adendos influem diretamente na relevância que o<br />

² O site do jornal é o www.ohmynews.com<br />

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