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Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

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como estratégia racional de inserção do indivíduo no meio social. (WEBER,<br />

2002, p. 32-33)<br />

As fontes teriam, diante do exposto neste e no primeiro capítulo, a capacidade<br />

de produzir conteúdos noticiosos, embutidos muitos vezes em ações e falas<br />

recheadas de ingredientes jornalísticos. Incorporaram a notícia aos acontecimentos<br />

que produzem e pela notícia, de forma cada vez mais eficaz, os sujeitos<br />

institucionais exercem o sagrado direito de dizer. Novamente, ousa-se colocar<br />

algumas questões: será isto prejudicial ao ambiente de liberdade próprio das<br />

democracias? Seria preferível uma sociedade em que o poder de dizer pertencesse<br />

somente aos comunicadores institucionalizados?<br />

O que se vê é uma escalada sem precedentes do poder de interferência que<br />

as fontes estão passando a deter e a exercer nos processos de comunicação, em<br />

particular, nos meios jornalísticos. O poder das fontes, entre outros exemplos,<br />

estaria se manifestando na capacidade de gerar e alimentar fatos cujo sucesso<br />

comunicacional interessa ao relato jornalístico por excelência. Os que estariam<br />

cultivando aquela imagem idealizada do jornalista investigativo ou aventureiro, que<br />

procura situações arriscadas e instigantes, guiado pelo poder mítico da procura<br />

pela verdade, baliza maior do repórter, certamente ficarão perplexos diante da nova<br />

realidade. Para Chaparro (2003, p. 2).<br />

as fontes estão fazendo uma revolução nos processos comunicacionais. (...)<br />

o jornalismo vive agora sua quarta grande revolução, cada uma delas<br />

vinculada a um determinado momento tecnológico ou político-cultural da<br />

civilização moderna: a revolução da notícia, que o telégrafo viabilizou; a<br />

revolução das tiragens, na fase da industrialização, com a rotativa, a linotipo<br />

e a zincogravura: a revolução da reportagem literária, nos ventos<br />

democráticos do pós-guerra; e, agora, a revolução das fontes, sob o<br />

impulso das tecnologias de difusão (as tais que criaram a possibilidade da<br />

notícia em tempo real, com instantaneidade universal), e da acelerada<br />

institucionalização da sociedade.<br />

x<br />

Apesar de desprezadas pela cultura arrogante dos manuais de redação, as<br />

fontes se organizaram, adquiriram competência e querer, transformando o<br />

jornalismo no espaço público das suas ações discursivas e incorporaram a notícia<br />

ao acontecimento que estão produzindo.<br />

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