Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
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fóruns de discussão, informações de atualidade estruturadas e bases de dados<br />
políticos de todos os tipos. Elas contribuem igualmente para o desenvolvimento da<br />
cultura do diálogo remoto que, em última instância, fortalece a democracia onde o<br />
ato essencial não é o voto, mas a deliberação, o saber e o exercício da inteligência<br />
coletiva.<br />
Nas ágoras clássicas entre os gregos, a prática da comunicação era na<br />
base de um para todos, ou seja, alguém discursava e a platéia ouvia. Com o<br />
advento de jornais de massa e de outras mídias, inverteu-se o conceito, passando-<br />
se a praticar a comunicação de todos para um, na medida em que o<br />
leitor/espectador, separado do ponto de vista físico, era individualizado em sua<br />
atenção. Hoje vê-se sendo implementada a comunicação de todos para todos,<br />
com uma interatividade inédita e muito interessante para o estímulo do debate<br />
social. Neste sentido Martin-Barbero traz para esta discussão alguns conceitos<br />
igualmente importantes quando o assunto é a comunicação pública, endereçada de<br />
todos para todos.<br />
O que os processos e práticas da comunicação coletiva põem em jogo não<br />
são unicamente os deslocamentos do capital e as inovações tecnológicas,<br />
mas sim profundas transformações na cultura cotidiana das maiorias: nos<br />
modos de se estar junto e tecer laços sociais, nas identidades que plasmam<br />
tais mudanças e nos discursos que socialmente os expressam e legitimam.<br />
(...) A comunicação é percebida como o cenário cotidiano do<br />
reconhecimento social, da constituição e expressão dos imaginários a partir<br />
dos quais as pessoas representam aquilo que temem ou que têm direito de<br />
esperar, seus medos e suas esperanças. (MARTIN-BARBERO, p. 62-85).<br />
Este autor nos diz que a nova ordem comunicacional e seu aparato<br />
tecnológico está redimensionando o dia-a-dia dos cidadãos, colocando-os diante<br />
do desafio de incorporar novos comportamentos, sob o risco de serem excluídos da<br />
agenda global. A comunicação pública de todos com todos deverá ser cada vez<br />
mais exercida pelas pessoas comuns de posse de seus pequenos, mas possantes<br />
aparelhos como celulares, notebooks, palmtops e outros que estão por vir; e,<br />
portanto, poderão contribuir mais com o pensamento coletivo porque<br />
simplesmente têm mais acesso a ele, a um custo relativamente baixo. Da mesma<br />
forma, serão influenciados pelo macro-ambiente remoto que apresenta modelos<br />
comparativos até então inéditos para os seus padrões locais.<br />
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