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Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

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O livro A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos,<br />

de autoria do professor Mário Sérgio Cortella, é resultante da última tese de<br />

doutoramento orientada pelo saudoso professor Paulo Freire. O texto propicia uma<br />

leitura prazerosa e estimulante, obra plena de humanismo, de ‗sedução da<br />

esperança‘ herança freireana e rompe com antigos paradigmas da academia, entre<br />

eles a neutralidade e o racionalismo, defendidos como se ambos fossem possíveis<br />

de convivência harmoniosa.<br />

Os cenários educacionais descritos pelo autor na 1ª edição do livro, em 1999,<br />

estão praticamente ainda conservados no momento da 10ª edição, em 2006, o que<br />

torna atual o objetivo do livro. Cortella localiza a escola e sua eterna "crise"<br />

educacional, em um panorama amplo, marcado, principalmente, pela injustiça social<br />

resultante de um eficaz projeto de dominação, elaborado e executado por uma<br />

minoria gerando, em contraposição, uma massa de excluídos. Diante desse<br />

cenário, apresenta a análise do papel do conhecimento no interior da escola, na<br />

conservação ou transformação da dinâmica social como objetivo central do livro.<br />

Desvenda de modo articulado e claro uma gama enorme de informações sobre<br />

escola e conhecimento em uma análise pertinente que, sem deixar de conter críticas<br />

meticulosas, não cai no desalento e na crítica pessimista. Desconstrói discursos e<br />

jargões cristalizados e, com força ideológica, engendra ações, atribui valores,<br />

determina e impõe o ser humano na realidade, revelando suas fragilidades e,<br />

consequentemente, apontando espaços para transformação daquilo que parece<br />

possuir perenidade.<br />

Adverte também para a repetição, no micro-universo da escola, dos equívocos<br />

cometidos pelos professores ao serem levados pelo drama pessimista e ingênuo<br />

que os envolve: aniquila-se o verdadeiro sentido de trabalho educacional na escola e<br />

despreza-se a capacidade de transformar a situação que nos oprime e exclui.<br />

Na introdução, o autor aponta a urbanização acelerada e desorganizada que<br />

marcou a história social e econômica do Brasil, nos últimos cinquenta anos, como<br />

um dos fatores determinantes dos descalabros observáveis em nosso sistema<br />

educacional. Associado à urbanização (e também por ela responsável), o modelo<br />

econômico desenvolvimentista, que privilegiou a alocação de recursos para criação<br />

de infra-estrutura indispensável à industrialização do país, contribuiu para a falência<br />

do sistema público de ensino. Por outro lado, lembra que esse modelo também teve<br />

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