Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

Em relação à posição da câmera, observamos que a maioria dos planos são
gerais e a angulação é normal, sendo o destaque do primeiro plano dado ao Mac
Bacon e às manchetes de jornais, ficando os demais componentes dessas cenas em
segundo plano.
Os elementos do fora-de-campo, como a música, os ruídos e o comentário
em off do narrador, reforçam as imagens exibidas no campo. Podemos notar, no
discurso do narrador, certa ironia, ao dizer que a cerimônia de lançamento é
―simples‖, pois as imagens nos mostram o oposto. É importante destacar que neste
comercial existem duas figuras: o lanche e a figura retórica da ironia, pois nada no
comercial é simples, desde a sua apresentação até a polêmica criada em torno do
novo lanche. Essa ironia é percebida claramente pela discordância entre o verbal e o
visual. No plano verbal, o narrador anuncia que a cerimônia é simples. No entanto, o
plano visual nos mostra o oposto, nada é simples. Pelo recurso à hipérbole visual,
vemos que o lanche, particularmente a novidade de conter uma fatia de bacon
redonda, atingiu a universalidade, criando uma polêmica que atingiu a sociedade em
todos os seus segmentos.
Os códigos gráficos destacados pelo close nas manchetes também estão a
serviço da composição espacial, uma vez que estão inseridos no enquadramento e
reforçam a mensagem do anúncio.
Pelo exposto, pode-se observar que a maneira como os elementos do espaço
plástico são organizados e selecionados conduzem o espectador a um percurso de
leitura que o auxiliam na construção do sentido.
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