Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

Em 1997, 181 rádios eram controladas por grupos católicos; 100 emissoras
seguiam linha da Igreja Batista; 70 rádios (entre próprias e arrendadas)
funcionavam segundo as orientações da Igreja Universal; 21 rádios
pertenciam à Igreja Adventista do 7º Dia; 12 emissoras disseminavam as
pregações da Assembléia de Deus; seis rádios eram da Igreja Renascer em
Cristo e quatro estações pertenciam à igreja Evangelho Quadrangular.
A Igreja Católica não possuía nenhuma emissora comercial em São José do
Rio Preto. A Diocese controlava uma emissora comunitária, a Espaço Aberto FM,
que é administrada pela Associação Comunitária São José, ligada à paróquia
Imaculada Conceição. A rádio entrou no ar no segundo semestre de 2003,
devidamente autorizada pelo Ministério das Comunicações, depois de anos de
burocracia federal e funciona em parceria com cinco paróquias. A jornalista Cecília
Demian, da Pastoral da Comunicação da Diocese de Rio Preto, destacou o caráter
plural da FM Espaço Aberto, em matéria publicada no informativo da Paróquia
Menino Jesus de Praga, que fica na Zona Sul da cidade (10/2003, p. 3):
Estas comunidades vão preencher 20 horas de programação, das seis as
vinte quatro horas, com música popular brasileira, informação e participação
do ouvinte. O fato de estar em parceria com paróquias não significa que terá
só programação religiosa. Nem pode. Os que quiserem momentos de
reflexão e oração vão encaminhar esta solicitação a um só programa de
uma hora que vai constar da programação. Para ser autorizada pelo poder
público, a emissora comunitária não deve ter vínculos políticos e religiosos.
A orientação editorial da rádio comunitária Espaço Aberto era resultado da
posição adotada pelo Bispado de São José do Rio Preto. O bispo Dom Orani
Tempesta tinha consciência da influência dos meios de comunicação sobre as
pessoas e admitia que sempre quis que a diocese tivesse uma emissora de rádio.
Ressaltava, no entanto, que a mídia não podia se prestar ao proselitismo e nem
devia ser usada para levar mais gente para dentro das igrejas.
De um lado, ela [a mídia] nos serve para nos comunicarmos com as
pessoas que são da igreja, até porque hoje com 90% dos católicos que não
vão à missa têm que ter um jeito de comunicar com eles também, não é?
Mas a gente vê [a mídia] muito mais como uma construção de uma
civilização do amor. Uma civilização um pouco mais justa. A gente vê a
utilização disso para uma sociedade melhor. 9
9 Em depoimento gravado pela autora em Julho de 2002 na Diocese de São José do Rio Preto.
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