O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural

Antônio Henriques Leal, nanotí-
cia biográfica que apôs à sua edição
das Obras do Timon Brasileiro, afirma:
“Lisboa tem todas as virtudes do perfei-
to historiador”. (p. 64).
Referindo-se às revoltas de Manuel
Beckman, no Maranhão, e à da Praia,
em Pernambuco, Graça Aranha admite:
“Se João Lisboa fosse do nosso tempo,
teria aprofundadamente explicado to-
das essas revoltas pela fórmula da luta
de classes que, intuitivamente, assina-
lou”. (Vide Obras, p. 897-98).
À p. 279 de sua obra A glória de
César e o punhal de Brutus: Cinco per-
sonagens na tormenta das derrotas,
Álvaro Lins é taxativo quanto à veraci-
dade do espólio histórico de João Lis-
boa, “até hoje [...] o único historiador
nosso em cujas páginas se sentem pal-
pitar algumas das agitações da alma
popular, algumas das pulsações do co-
ração da nacionalidade que se ia e se vai
formando.”
À p. 86 de sua obra citada, expen-
de com a devida cautela José Honório
Índice
Rodrigues seu juízo sobre a obra de Lis-
boa: “Os resultados finais do trabalho
do Maranhense em Portugal ainda não
podem ser devidamente apreciados, por
falta do inventário completo de toda a
documentação.”
À p. 232 do 4º v. da sua História do
Brasil, relativo ao Império, Pedro Cal-
mon considera Lisboa “o escritor mag-
nífico que sobrepujou os do seu tempo
pela pureza de sua prosa.”
Enfim, deste modo o julga Nelson
Werneck Sodré à p. 211 de sua História
da literatura brasileira (3ª ed.): “Exis-
tiu em Lisboa um entendimento, uma
afinidade com a nossa gente, em senso
de proporções, que denunciam a sua
indiscutível superioridade sobre Var-
nhagen.”
Pela alta representatividade de seus
autores, não podemos passar ao largo
dos seguintes juízos críticos, alguns dos
quais firmados por ilustres conterrâ-
neos de nosso clássico escritor. Todos
eles extraídos do opúsculo intitulado
João Lisboa, organizados pela Comis-
são dos Festejos do Centenário de João
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