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O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural

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Outros apontam o acelerado desinteresse em<br />

função dos paradigmas da modernidade, que abrevia a<br />

percepção do presente e do novo, fazendo com que todas<br />

as coisas, mesmo as mais veneráveis e venerandas,<br />

envelheçam com rapidez e sejam sistematicamente<br />

esquecidas e abandonadas. Qualquer que seja a causa<br />

do fenômeno, no entanto, a cada dia vejo que os<br />

brasileiros estão esquecendo quem são, e não possuem,<br />

em suas grandes cidades, em razão do vandalismo e<br />

qualquer outra causa, símbolos que possam lembrar-<br />

lhes de algumas glórias que, com efeito, nos trazem a<br />

grata lembrança dos homens de inteligência e gênio<br />

que já andaram entre nós um dia. Todos os dias, um<br />

estrangeiro poderia vir ao Brasil e perguntar: onde<br />

estão as estátuas de Bartolomeu Gusmão, Santos<br />

Dumont, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Vital Brasil,<br />

Landell de Moura, César Lattes, Machado de Assis,<br />

Gonçalves Dias, Rui Barbosa, Carlos Drummond de<br />

Andrade, João Cabral de Melo Neto, Cecília Meireles,<br />

Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Carlos Gomes,<br />

Villa-Lobos? Isso porque, salvo exceções, não as temos<br />

mesmo.<br />

No caso particular de minha terra natal, o<br />

Maranhão, o caso chega a ser chocante. Não vou entrar<br />

aqui no mérito da discussão sobre a legitimidade<br />

Índice<br />

“...o<br />

Maranhão<br />

é a terra<br />

de nomes<br />

que a todo<br />

momento<br />

deveriam<br />

ser<br />

cultuados e<br />

lembrados<br />

pelos seus<br />

filhos.”<br />

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