O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural
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e) Igualdade radical e fraternidade universal de todos os se-<br />
res humano - Se nunca ninguém, nem antes nem depois de Jesus, fun-<br />
dou uma religião para proclamar-se o deus dessa mesma religião, nunca<br />
também religião nenhuma teve a coragem de chamar a Deus pelo nome<br />
de Pai. Contemplando a Deus como Pai, reconhecemos a igualdade de<br />
todos os homens perante Deus. Voltamos o olhar ao nosso redor e reco-<br />
nhecemos que todos temos os mesmos direitos fundamentais, e absorve-<br />
mos, logicamente, a todos os seres humanos como irmãos. Lembremos<br />
a passagem em que Jesus dialoga com a Samaritana (Jo., IV, 7-30), as<br />
parábolas do Bom Samaritano (Luc., X, 25-37), do Filho Pródigo (Luc.,<br />
XV, <strong>11</strong>-32), ou a oração do Pai-Nosso (Mat., VI, 9-13; Luc., XI, 2-4).<br />
f) Riqueza maior do perdão - “Ouvistes o que foi dito aos antigos:<br />
‘Olho por olho, dente por dente’. Eu, porém, vos digo...”. E Jesus man-<br />
da perdoar não sete vezes, mais setenta vezes sete. Eis outra mensagem<br />
única, que põe de cabeça para baixo qualquer visão de mundo “efeitis-<br />
ta”, superficial, de antecessores e sucessores de Jesus. Extraordinário<br />
psicólogo, o Mestre ensina que o perdão enriquece e melhora a quem<br />
perdoa, e não tanto a quem é perdoado, de quem, aliás, será boa aposta<br />
não esperar melhora nenhuma. A parábola do Filho Pródigo é exemplar,<br />
neste sentido. Os primeiros cristãos serão identificados por essa carac-<br />
terística: “Vede como eles se amam” – dizem deles os que não seguem<br />
os princípios deixados por Jesus. “Essa comunhão de corações e almas<br />
teve sua manifestação e confirmação mais esplêndidas e trágicas nos pe-<br />
ríodos em que os cristãos eram perseguidos e muitos deles mortos pe-<br />
los poderes públicos. O perigo, o sofrimento, o martírio sempre foram o<br />
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