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O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural

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O ano era <strong>1954</strong>. Enquanto o escritor<br />

Ernest Hemingway era agraciado com o<br />

prêmio Nobel de Literatura e a roman-<br />

cista Dina Silveira de Queirós recebia o<br />

prêmio Machado de Assis pelo conjun-<br />

to de sua obra, o mundo lamentava a<br />

morte de expressivos nomes das artes,<br />

como Frida Khalo e Henri Matisse, o<br />

Brasil ficava de luto com o passamento<br />

de Oswald de Andrade e com o suicídio<br />

de Getúlio Vargas. No meio desse tur-<br />

bilhão de acontecimento, alguns fatos<br />

menos divulgados passaram quase des-<br />

percebidos, como a morte do médico,<br />

escritor e acadêmico Cláudio de Sousa<br />

e a consequente vacância da cadeira 29<br />

da Academia Brasileira de Letras.<br />

No entanto, para o mara-<br />

nhense Josué Montello, de todos os<br />

acontecimentos ocorridos naquele<br />

ano, a oportunidade de ingressar na<br />

ABL, um sonho acalentado desde mui-<br />

to tempo, era o que mais chamava sua<br />

atenção. Há muitos anos ele já frequen-<br />

tava os círculos intelectuais e era sem-<br />

Índice<br />

pre um nome lembrado para ocupar<br />

um dos acentos da Casa de Machado<br />

de Assis. Era chegada a hora de pôr<br />

seu nome à apreciação dos acadêmicos<br />

e lutar para ocupar a cadeira deixada<br />

por Cláudio de Sousa.<br />

Devidamente informado e estimu-<br />

lado por seu conterrâneo e amigo Viriato<br />

Corrêa, Montello começou a arquitetar<br />

a campanha que o levaria à Academia.<br />

Todo esse processo, desde os primei-<br />

ros contatos com os acadêmicos até sua<br />

atuação na ABL, está registrado no livro<br />

Montello: O Benjamim da Academia.<br />

Neste artigo, porém, iremos mostrar<br />

apenas como se deu a campanha mon-<br />

telliana e o momento de sua eleição.<br />

UM CANDIDATO ESPERADO<br />

No dia 28 de junho de <strong>1954</strong>, a Casa<br />

do Autor de Memórias Póstumas de<br />

Brás Cubas cobria-se de luto pelo fale-<br />

cimento do acadêmico Cláudio de Sou-<br />

sa 1 , ocupante da cadeira vinte e nove<br />

1 Cláudio Justiniano de Sousa (20/10/1876 – 28/06/<strong>1954</strong>). Médico, teatró-<br />

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