O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural
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A Academia escolheu um dos maiores<br />
e mais moços escritores do Brasil.<br />
Grande vitalidade, grande talento,<br />
grande futuro.<br />
(O <strong>Globo</strong>, <strong>05</strong>/<strong>11</strong>/<strong>1954</strong>)<br />
Uma vida literária harmoniosa recebeu<br />
hoje sua melhor recompensa, com<br />
seu ingresso na Academia. Foram seus<br />
livros que o elegeram e todos nós aqui<br />
nos alegramos de receber em plena juventude<br />
um escritor de tão alto merecimento.<br />
(O Imparcial, 09/<strong>11</strong>/<strong>1954</strong>)<br />
O crítico Agrippino Grieco fez, se-<br />
gundo José Mauro, em seu “Café Socie-<br />
ty” Confidencial, a seguinte declaração:<br />
“Isto não é novidade, o Montello é aca-<br />
dêmico desde a escola primária.”<br />
Outro que se pronunciou sobre a<br />
eleição foi João Neves da Fontoura. Ele<br />
fez o comentário mais curioso a respei-<br />
to do novo imortal ao comparar o Josué<br />
das Sagradas escrituras que, querendo<br />
vencer uma batalha, ordenou que o sol<br />
e a lua parassem: Fontoura disse: “Jo-<br />
sué Montello fez o sol parar”. Em outra<br />
entrevista, o mesmo escritor disse que<br />
o eleito era “mais um valor novo que<br />
Índice<br />
ingressa na Academia com títulos ex-<br />
pressivos”.<br />
A imprensa e alguns acadêmicos,<br />
por causa da idade do novo imortal, que<br />
contava com apenas trinta e sete anos,<br />
logo o apelidaram de “Benjamim da<br />
Academia”. E ele ficou sendo chamado<br />
assim por um bom tempo.<br />
Antes da eleição do intelectual ma-<br />
ranhense, esse título pertencia a Álva-<br />
ro Lins, que, na época, tinha quarenta e<br />
dois anos.<br />
Mas onde estava o eleito? Segundo<br />
consta em várias reportagens da época,<br />
ele estava em casa, esperando pelo re-<br />
sultado das urnas. Para passar o tempo,<br />
rabiscava desenhos em pedaços de pa-<br />
pel (um dos desenhos está reproduzido<br />
abaixo). Toda vez que o telefone toca-<br />
va, ele tinha a impressão de que era do<br />
Petit Trianon comunicando o resultado<br />
do pleito. Depois de longos momentos<br />
de tortura (e, provavelmente, de inúme-<br />
ras consultas ao relógio), o telefone to-<br />
cou. Do outro lado da linha, com a voz<br />
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