O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural
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governo. A reação não se fazendo espe-<br />
rar, Araújo Viana perseguiu Moraes e<br />
Silva, forçando-o a suspender a publi-<br />
cação e homiziar-se alhures.<br />
Pois, naquele interregno – agosto<br />
de 1832 –, não hesitou João Lisboa em<br />
continuar o trabalho d’O Farol, fundan-<br />
do o jornal O Brasileiro (que circulou de<br />
24.8 a 16.<strong>11</strong>.1832). E, logo, com o fale-<br />
cimento do bravo publicista, tomou-lhe<br />
o posto e fez reaparecer o Farol Ma-<br />
ranhense, que ele ainda manteve por<br />
sete anos (de 22.<strong>11</strong>.1832 a 29.10.1839),<br />
tempo em que também passou a dirigir<br />
e editar o Eco do Norte (de 3.7.1834 a<br />
22.<strong>11</strong>.1836).<br />
Diante da subserviência dos peri-<br />
ódicos maranhenses a Araújo Viana,<br />
Lisboa catalisou a opinião pública em<br />
favor do entendimento entre os vários<br />
partidos que primavam em digladiar-se<br />
encarniçadamente entre si.<br />
Em novembro de 1835, colhendo<br />
frutos de suas campanhas jornalísticas<br />
e interrompendo a luta que travava nes-<br />
sa arena, aceitou servir como Secretário<br />
do Governo Provincial, na presidência<br />
Índice<br />
do Dr. Antônio Pedro da Costa Ferrei-<br />
ra, o Barão de Pindaré. Por duas vezes,<br />
em seguida, elegeu-se deputado à As-<br />
sembleia Provincial maranhense, onde<br />
defendeu com empenho a organização<br />
e a ampliação da instrução pública.<br />
Porém, o assassinato, em Caxias,<br />
do líder do Partido Liberal, Teixeira<br />
Mendes, o devolveu às lides jornalís-<br />
ticas. Diante do desinteresse da au-<br />
toridade governamental em punir os<br />
assassinos de Mendes, Lisboa exone-<br />
rou-se do rendoso cargo com que hon-<br />
rosamente provia a sua subsistência e<br />
à dos seus familiares, para, a 2 de ja-<br />
neiro de 1838, iniciar a publicação da<br />
Crônica Maranhense (de 2.1.1838 a<br />
24.3.1841), baluarte de suas crenças<br />
liberais e um dos periódicos de maior<br />
prestígio na imprensa maranhense do<br />
século XIX.<br />
É quando estala a revolta da Ba-<br />
laiada, em fins de 1838. A despeito de<br />
os governistas o acusarem de ser o líder<br />
oculto do movimento, Lisboa funciona<br />
como apaziguador, recomendando a<br />
seus concidadãos esquecerem ódios e<br />
rivalidades, em favor da paz e do bem<br />
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