O Globo, 05/11/1954 - Geia Plural

A carta fora por mim recebida pela
manhã e, à tarde, tive por intermédio
de Viriato Corrêa, amigo de todas as
horas, a notícia da morte de Cláudio de
Sousa.
(O Imparcial, 08/11/1954)
Passada a euforia das comemo-
rações, só restava, aparentemente, ao
eleito preparar seu discurso de posse,
que, segundo Neiva Moreira, já estava
pronto e era belíssimo. Mas, a verdade
era outra. Faltava ainda preparar-se fi-
nanceiramente para comprar o fardão
acadêmico, que não era nada barato.
Mas esse problema de ordem financeira
foi solucionado pelo governo do Estado
do Maranhão, na figura do governador
Eugênio de Barros, para quem Montello
enviou um telegrama informando da vi-
tória na Academia:
Tenho a satisfação de comunicar
ao meu ilustre amigo que acabo de
conquistar, com minha eleição para a
Academia Brasileira de Letras, a cadeira
fundada pelo nosso conterrâneo,
Artur Azevedo. Alcançando, assim, o
mais alto instituto de cultura de nosso
país, quero transmitir para o meu Maranhão
esse triunfo. Afetuoso. Josué
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Montello.
(Jornal do Dia, 06/11/1954)
A repercussão da eleição de Mon-
tello apareceu em diversos veículos
de comunicação da época. No Jornal
do Dia aparece a seguinte nota dando
conta de que o escritor não teria mais
problemas em adquirir seu fardão de
posse.
Foi eleito para a Academia Brasileira
de Letras, na vaga de Cláudio de
Sousa, o intelectual conterrâneo Josué
Montello, autor de vários romances,
entre os quais A Luz da Estrela Morta,
sobre o qual acaba de ser verificado um
plágio por um romancista italiano de
renome universal. Presentemente, o escritor
dá, em Lima, um curso de Literatura
Brasileira.
O governo do Estado resolveu presentear
o novo imortal com o fardão
acadêmico.
(Jornal do Dia, 07/11/1954)
Antes de seguir, é importante notar
que o fato de Josué Montello ganhar a
eleição logo no primeiro escrutínio não
foi milagre. Foi, sim, fruto da esmerada
inteligência do escritor. Numa de suas
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