C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama
C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama
C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ta apenas 22,8% do mercado mundial de carne<br />
bovina (SANTANA et al, 2009).<br />
A China, maior produtora mundial de carnes<br />
ovina e caprina, em 2007, abateu 328,2 mil<br />
cabeças, porém sua participação nas exportações<br />
mundiais foi de apenas 27 mil toneladas,<br />
ocupando a 8ª posição no ranking dos maiores<br />
exportadores. A Índia, segundo maior produtor<br />
de carne ovina e caprina, abateu 73,84 mil cabeças<br />
e não aparece entre os principais exportadores.<br />
Isto significa que, em termos mundiais,<br />
a produção de ovinos e caprinos se destina ao<br />
consumo interno.<br />
Por outro lado, Nova Zelândia, Austrália e<br />
Reino Unido se especializaram na produção de<br />
rebanhos comerciais, voltados para o comércio<br />
internacional. Segundo informações da FNP<br />
(2008) e FAO (2009), Nova Zelândia, por exemplo,<br />
abateu 32,16 mil cabeças em 2007 e exportou<br />
392,9 mil toneladas, algo em torno de 94%<br />
da produção. A Austrália, por sua vez, abateu<br />
31,67 mil cabeças e exportou 284,1 mil toneladas,<br />
representando 69% da produção.<br />
O padrão das carcaças comercializadas no<br />
mercado internacional se enquadra no peso de<br />
9 kg a 12 kg, estabelecido pelos países importadores<br />
como França, Reino Unido e Estados Unidos.<br />
Os dois últimos são importadores líquidos<br />
de carne de ovinos.<br />
O consumo mundial per capita de carne de<br />
ovino e caprino está concentrado no alto consumo<br />
da Nova Zelândia com 39,7 kg/hab/ano e<br />
Austrália com 19,1 kg/hab/ano. Outros quatro<br />
países apresentam um consumo per capita intermediário:<br />
Sudão com 7,7 kg/hab/ano, Irã com<br />
7,6 kg/hab/ano, Turquia com 4,2 kg/hab/ano e<br />
África do Sul com 4,1 kg/hab/ano. Os demais<br />
países apresentam consumo inferior a esse patamar.<br />
O Brasil está com o consumo em expansão,<br />
ocupando a 14ª posição no ranking dos países<br />
consumidores, com 0,7 kg/hab/ano, segundo<br />
informações da FAO (2009).<br />
Na primeira metade desta década de 2010,<br />
o consumo mundial per capita de carne ovina e<br />
caprina cresceu à taxa média de 1,8% ao ano, projetando<br />
queda para 2007 de 0,1% (FAO, 2009).<br />
No Brasil, a exemplo da China e da Índia,<br />
o consumo mundial de carne de ovino e de<br />
caprino está fortemente centrado na subsistência<br />
das populações rurais nos locais de<br />
maior concentração da produção. É um tipo<br />
de criação que se adapta às pequenas unidades<br />
produtivas, em função do tamanho da<br />
área disponível e das condições de manejo<br />
facilitadas. Então, apenas um pequeno excedente<br />
gerado no interior de cada unidade produtiva<br />
é destinado ao mercado. Essa informação<br />
deve ser levada em conta na instalação<br />
de frigoríficos, para evitar erro no dimensionamento<br />
da escala de produção.<br />
A comercialização se dá por atravessadores<br />
que realizam as aquisições de unidades nas<br />
diversas localidades e depois forma um pequeno<br />
rebanho para negociação com os marchantes<br />
das pequenas cidades. Essa venda não ocorre<br />
com regularidade, pois muitos marchantes<br />
reclamam da dificuldade de encontrar o produto<br />
para abate e revenda.<br />
3 EFETIVO DO REBANHO <strong>DE</strong> OVINOS E O PA-<br />
DRÃO <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO<br />
Com um efetivo de 223,70 mil cabeças de<br />
ovino, o estado do Pará, em 2008, representou<br />
42,28% do efetivo da Região Norte. Porém, este<br />
rebanho é apenas 2,46% das 9.279 cabeças de<br />
ovino da Região Nordeste, principal produtor<br />
do Brasil, com 56,5% das 16.379 mil cabeças (tabela<br />
2), de acordo com os dados do IBGE (2009)<br />
e FNP (2008).<br />
O rebanho de ovinos paraense evoluiu a<br />
uma taxa de 8,17% ao ano entre 1996 e 2008, passando<br />
de 90,89 mil cabeças para 223,70 mil cabeças,<br />
respectivamente. Este ritmo de crescimento<br />
é o mais elevado que se observou nas regiões<br />
brasileiras: Sudeste cresceu 5,85% ao ano; Norte<br />
aumentou 5,39% ao ano; Centro-Oeste cresceu<br />
5,25% ao ano e Nordeste cresceu 2,78% ao ano;<br />
103<br />
Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.99-111, jun. 2009