C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama
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ção dos gases do efeito estufa, mas as negociações<br />
com China e o atrelamento de Barack Obama<br />
ao Congresso dos EUA provocaram mudança<br />
conjuntural, o que culminou com uma posição<br />
bastante tímida, restrita. Por outro lado, a China,<br />
após acordo fechado, nos bastidores, com<br />
os Estados Unidos, não se manifestou no pleno<br />
da reunião, chegando inclusive a bater palmas<br />
para os países que criticaram o texto inicial do<br />
possível acordo de Copenhague.<br />
Os países “bolivarianos 7 ” exigiram metas<br />
de redução das emissões de gases por parte dos<br />
países desenvolvidos e em desenvolvimento.<br />
Não almejaram dinheiro, fizeram uma oposição<br />
pouco pragmática e evidentemente ideológica.<br />
Contudo, acredita-se que esse tipo de argumento<br />
não condiz com a realidade dos mesmos,<br />
principalmente porque são países que fazem<br />
parte da Região Amazônica e poderiam ganhar<br />
com a conservação. Alguém tem que produzir e<br />
alguém têm que receber por optar pela preservação.<br />
Hoje a luta é pela existência dessa oportunidade,<br />
pois o crescimento a qualquer custo<br />
está definitivamente fora de todo caminho para<br />
obter riqueza.<br />
Conjunturalmente, observou-se que Estados<br />
Unidos e China monopolizaram o debate e<br />
o resultado foi praticamente o desejo das duas<br />
potências. O G-2 está decidindo, literalmente,<br />
o destino da humanidade. Como os internacionalistas<br />
sempre comentam estes tipos de negociações<br />
e a mesma não foge à regra, no mundo<br />
ninguém defende ideias, mas interesses.<br />
Entretanto, levando em consideração o macro<br />
ambiente econômico, social e ambiental, está<br />
mais do que na hora de defender, como interesse,<br />
uma boa ideia.<br />
Os presidentes Barack Obama (EUA), Wen<br />
Jiabao (China), Lula da Silva (Brasil) e Manmoban<br />
Singh (Índia) decidiram o documento final<br />
no primeiro andar do centro de convenções da<br />
7<br />
Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.<br />
Cúpula do Clima em Copenhague. Os Estados<br />
Unidos impuseram a sua lei e conseguiram a<br />
mudança no eixo das relações internacionais na<br />
luta da mudança climática e também no sistema<br />
da ONU, incapaz de avançar no tema nos últimos<br />
dois anos (MÉN<strong>DE</strong>Z, 2009).<br />
Entre tantos interesses e posicionamentos<br />
divergentes, observou-se que a temática que<br />
mais avançou refere-se ao compromisso de financiamento<br />
aos países em desenvolvimento, o<br />
que pode culminar na tão necessária remuneração<br />
dos serviços ambientais prestados pela floresta<br />
amazônica. Em função da possibilidade de<br />
financiamento e remuneração para países em<br />
desenvolvimento, os africanos passaram a também<br />
somar no acordo, mas ainda não existe uma<br />
posição clara da operacionalização do mecanismo<br />
de compensação pela conservação.<br />
Barack Obama, segundo analistas, deixou<br />
a conferência pela porta dos fundos. Antes de<br />
sair, conforme noticiou a imprensa falada, afirmou<br />
que o avanço não foi o suficiente e que<br />
fica ainda um caminho longo para percorrer.<br />
Ademais, em suas palavras, o presidente americano<br />
pediu realismo ao expor suas ideias:<br />
“acredito que falta um tratado – vinculante –<br />
mas, se esperássemos mais por esse tratado,<br />
corríamos o risco de não conseguir nada”. Houve<br />
muita confusão e alguns presidentes e delegações,<br />
como os chamados “bolivarianos”, estiveram<br />
somente para atrapalhar as negociações,<br />
que já eram complicadas.<br />
O Brasil, através da retórica de seu presidente,<br />
dominou o ambiente tenso com propostas<br />
ambiciosas, como a de doar US$ 10 bilhões<br />
para um fundo que estimula a redução<br />
de emissões de gases do efeito estufa. Entretanto,<br />
muitas propostas redundam em significativos<br />
impactos econômicos para a Região<br />
Amazônica, que, conforme demonstrado na<br />
figura 4, proporcionalmente ao seu tamanho<br />
geográfico, possui uma atividade econômica<br />
aquém de seu potencial.<br />
Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p. 37-53, jun. 2009