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122 rena, foram 3: Vai-Quem-Quer, Japiim e Guajaraúna, incluindo-se os líderes comunitários, presidente da Cooperativa de Projetos Agroflorestais e Industriais – COOPSAI e coordenador geral do projeto. O interesse por essas comunidades se deve ao fato de estarem situadas na região onde o Projeto Tipitamba tem maior atuação das pesquisas. Em Igarapé-Açu concentramse todas as fases do Projeto, desde a origem, desenvolvimento e estágio atual. Estão situadas na Zona Bragantina, onde se pode compreender toda a história do manejo da capoeira para o plantio com foco na agricultura familiar. Em Mãe do Rio, além da atuação do Tipitamba, nessa região está instalado o Polo Rio Capim, do Pró-Ambiente – Ministério do Meio Ambiente – MMA, que congrega outros municípios como Concórdia do Pará, São Domingos do Capim e Irituia. Os agricultores familiares já possuem certa conscientização ambiental e a prática da agricultura sem queima ocorre a partir de uma lógica de preservação do meio ambiente, realizada sem dificuldade. No município de Barcarena o interesse maior da pesquisa foi pelo fato de já existir uma parceria interinstitucional, envolvendo a Embrapa, a prefeitura municipal, Câmara de Vereadores, Sebrae e a COOPSAI, fatores esses que, aliados à organização dos agricultores, estão sendo desenvolvidos e ampliados diversos projetos de responsabilidade socioambiental. As atividades nessa região têm avançado bastante, dentre outras áreas, a coleta do lixo, educação para adultos e o artesanato produzido pelas famílias dos próprios agricultores. A parceria entre as diversas instituições possibilitou a aquisição de uma máquina trituradeira, exclusivamente para os agricultores locais. Os contatos com a liderança nas comunidades permitiram analisar comparativamente, em relação às demais comunidades estudadas (Mãe do Rio e Igarapé-Açu) onde existe apenas uma máquina da Embrapa e que procura atender a todas as comunidades do nordeste paraense, em cidades e outros estados na região, como Manaus, Acre, Roraima, Porto Velho e Macapá. 3.2 COLETA <strong>DE</strong> DADOS Para a coleta dos dados necessários ao estudo, em fevereiro de 2006, foi realizada uma visita de reconhecimento de área, em Igarapé- Açu, quando foi apresentado às lideranças locais o cronograma correspondente à pesquisa. A aplicação dos questionários e a realização das entrevistas ocorreram somente no mês de abril do mesmo ano. Em maio de 2007, a pesquisa foi realizada em Mãe do Rio e, em Barcarena, ocorreu somente a partir de janeiro de 2008. O acesso aos entrevistados foi possível graças à abertura dada pela coordenação do Projeto Tipitamba, envolvendo os agentes comunitários, as lideranças das comunidades locais e, particularmente os agricultores familiares. Em todas as comunidades estudadas foram selecionadas, prioritariamente, as comunidades de produtores rurais que são cadastradas no Projeto Tipitamba , na expectativa de estarem já praticando a agricultura sem queima. Vale lembrar que não houve nenhuma solicitação por parte dos agentes comunitários e dos próprios agricultores para haver algum sigilo das informações apresentadas. Quanto aos recursos audiovisuais, foi permitido o uso de máquinas fotográficas e filmadoras pelos entrevistados. Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.113-136, jun. 2009
3.2.1 Comunidade São João A pesquisa teve início na Associação Comunitária de São João, com 51 famílias, (figura 5). Na Comunidade São João, apenas 28 agricultores são associados e, destes, apenas 17 estão engajados no Projeto Tipitamba. Desse contingente, 6 agricultores aceitaram dar entrevistas, declarando-se praticantes cem por cento do sistema de agricultura sem queima. Nessa comunidade é possível observar os avanços ocorridos no âmbito da agricultura familiar depois que os agricultores engajaram-se no Projeto Tipitamba. Antes, exclusivamente a prática da mandioca, milho e feijão e, depois, com foco nos sistemas agroflorestais – SAFs. Como pode ser observado na tabela l. Figura 5: Mapa da Comunidade de São João, Igarapé- Açu/Marapanim. Fonte: Embrapa/CNPq- Relatório Técnico (2002). Tabela 1: Agricultores entrevistados na Comunidade São João – Igarapé-Açu/ Marapanim. 123 Fonte: SAMPAIO, C.A. (2006). Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.113-136, jun. 2009
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