C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama
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42<br />
Entre as variáveis que contribuíram para a<br />
importante e destacada mudança de paradigma<br />
ressaltam-se três, particularmente.<br />
a ) O alto nível de poluição, derivado<br />
da produção e do consumo nas principais<br />
economias: note-se que a<br />
partir do momento em que o homem<br />
dominou a tecnologia para a produção<br />
de energia a partir da queima<br />
de combustíveis fósseis e utilização<br />
de recursos naturais não-renováveis<br />
3 , as emissões de resíduos aumentaram<br />
consideravelmente;<br />
b) Crise do Petróleo da década de 1970:<br />
esse acontecimento levou parte da<br />
sociedade e refletir sobre a exacerbada<br />
dependência dos recursos naturais<br />
não-renováveis e a finitude<br />
dos mesmos;<br />
c) Sustentabilidade: estudos encomendados<br />
pelo Clube de Roma 4<br />
apontavam que se o modelo de desenvolvimento<br />
industrial vigente à<br />
época fosse mantido, em poucos<br />
anos os recursos seriam exauridos<br />
completamente e o sistema socioeconômico<br />
entraria em colapso.<br />
Após o surgimento desses elementos, as<br />
discussões sobre o meio ambiente ganharam<br />
ênfase na comunidade internacional e as teorias<br />
antigas cederam espaço às novas, visto que<br />
não se mostravam capazes de produzir soluções<br />
adequadas às questões do desenvolvimento<br />
3<br />
Em geral os recursos geológicos, minério de ferro e petróleo,<br />
por exemplo, são classificados como recursos exauríveis.<br />
4<br />
“Pequeno grupo internacional de profissionais das áreas<br />
de diplomacia, indústria, academia e sociedade civil reuniram-se<br />
em uma vila calma, em Roma. Convidado pelo<br />
industrial italiano Aurelio Peccei e cientista escocês Alexander<br />
King, eles se reuniram para discutir o dilema de prevalecer<br />
pensamento de curto prazo nos assuntos internacionais<br />
e, em particular, as preocupações relativas ao consumo<br />
de recursos ilimitados em um mundo cada vez mais<br />
interdependente” (CLUB OF ROME, 2009).<br />
contemporâneo. Tal processo reflete e confirma<br />
os escritos de Thomas Kuhn (1975) em seu<br />
ensaio sobre a estrutura das revoluções científicas,<br />
momento em que tirou conclusões sobre<br />
a natureza epistemológica da ciência, fez abordagens<br />
sobre “a anomalia e a emergência das<br />
descobertas científicas” e “as crises e a emergência<br />
das teorias científicas”.<br />
Em especial, a economia ambiental neoclássica<br />
surgiu a partir da união dos fundamentos<br />
da economia neoclássica, da macroeconomia<br />
keynesiana e das leis físicas da termodinâmica.<br />
Desse modo, está ancorada em três princípios<br />
básicos:<br />
a ) Princípio da escassez: considera os<br />
recursos naturais como recursos escassos,<br />
com valor de mercado;<br />
b) Princípio das externalidades: sustenta<br />
a ideia que os recursos naturais,<br />
para seguirem a lógica de mercado,<br />
devem ser privatizados, uma<br />
vez que a administração comum de<br />
bens públicos tende a esgotamento<br />
dos mesmos;<br />
c) Princípio das leis físicas da termodinâmica:<br />
aproxima o sistema econômico<br />
dos ecossistemas naturais.<br />
Ademais, a economia ambiental neoclássica<br />
passou a representar um avanço significativo<br />
no campo da ciência econômica, pois ao consolidar<br />
a existência das externalidades positivas<br />
e negativas, rompeu com o teorema fundamental<br />
da teoria do bem-estar. Este, por sua vez,<br />
estabelece que, na ausência de falhas de mercado,<br />
o equilíbrio de mercado reflete a eficiente<br />
alocação dos recursos, no sentido atribuído<br />
por Pareto (1988). Desse modo, a ideia de livre<br />
movimento e determinação dos mercados passa<br />
a ser superada pela regulação estatal no sistema<br />
econômico.<br />
Chama-se atenção para o fato que externalidades<br />
se constituem enquanto falhas de<br />
mercado. “Uma externalidade ocorre quando<br />
Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p. 37-53, jun. 2009