C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

encerra-se a fase de cava do ciclo e inicia-se a
fase de alta dos preços sendo puxado pela expansão
do consumo. Isto foi propiciado pelo
crescimento real da renda per capita dos consumidores
e pela mudança tecnológica em toda a
cadeia de carnes, cuja referência foi estabelecida
pelo segmento de aves, que deu o rumo do
caminho a ser trilhado para os mercados nacional
e internacional.
5 CADEIA PRODUTIVA DE OVINOS
A cadeia produtiva de ovinos começa com a
identificação da produção de ovinos, compreendendo
as diversidades dos sistemas de produção
e de suas relações com os fornecedores de insumos
e com os elos da cadeia que realizam a transformação
do ovino em carcaça e cortes especiais
de carne (considerados produtos transformados
industrialmente nos frigoríficos) e seguem para a
comercialização em açougues, supermercados,
churrascarias, restaurantes, até o consumidor final
(SANTANA, 2005). No estado do Pará, falta o
elo de transformação industrial, que ajusta o produto
aos diversos segmentos do mercado, denominado
frigorífico ou indústria da carne.
A organização da cadeia produtiva de ovinos
e caprinos, no que concerne à integração entre os
elos de produção, abate e processamento da carne
e o mercado distribuidor é tênue, sem articulação
visível, com as exceções de alguns polos de
produção, como nos estados do Ceará, São Paulo,
Rio Grande do Sul, que aplicam os conhecimentos
da genética e da biotecnologia para desenvolver
animais de alto desempenho na produção de carcaças
de animais precoces, integração vertical da
produção e interação com as unidades de distribuição
do varejo. As informações sobre o mercado
consumidor ainda são restritas a um grupo pequeno
de empresários.
Os estudos técnicos sobre mercado são limitados
a informações sobre os mercados locais
e/ou regionais, porém sem o aprofundamento e
a generalização das dinâmicas conjunturais e estruturais
que a cadeia produtiva enfrenta. Não
se conhece o perfil do consumidor urbano de
carne ovina e caprina no Brasil e, sobretudo, no
estado do Pará. Comparativamente aos segmentos
de carnes de aves, bovinos, suínos e peixes, o
mercado de carnes de ovinos e caprinos se restringe
a locais ou regiões específicas. Este tipo
de carne não é conhecido da massa de consumidores
dos grandes centros urbanos.
A construção de capital social, mediante o
fortalecimento da organização empresarial em
cooperativa de produção e comercialização,
pode-se fazer a conexão horizontal da produção
com outras organizações locais de produtores
e, simultaneamente, partir para a construção
dos canais de conexão vertical com os outros
elos da cadeia produtiva (frigorífico e mercado
distribuidor) e com as instituições reguladoras,
de fomento e de ensino e pesquisa. Isto
se constrói com o desenvolvimento do fluxo de
informação criado a partir da inserção dos produtos
no mercado, mediante participação em
feiras, leilões, unidades demonstrativas de produção,
unidades de ensino e pesquisa.
A rastreabilidade da cadeia de carne exige
investimentos em tecnologia da informação e
conhecimento, visando desenvolver softwares
apropriados, sistemas inteligentes de gestão da
informação, armazenamento de dados e construção
de cenários e desenvolvimento de estratégias
competitivas.
Com a forte restrição ao sistema de produção
da pecuária de corte no estado do Pará, em
função do desmatamento da floresta para a implantação
de pastagens, a ovinocultura deve
avançar na estruturação da produção em sistemas
silvipastoris, tanto em grande como em
pequena escala de produção. Esse sistema, além
dos impactos positivos na manutenção dos serviços
ambientais, combina alternativas de renda
em um mesmo espaço.
A extensão rural deve ser estimulada para
atuar na difusão de inovações tecnológicas e na
orientação dos pequenos produtores quanto ao
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Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.99-111, jun. 2009