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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

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sociobiologia, por sua vez, que inclui disciplinas<br />

como a etologia clássica, a ecologia evolutiva<br />

e a genética, compreende um ramo da biologia<br />

evolutiva que procura responder os motivos<br />

da conduta, analisando conceitos da biologia<br />

do comportamento e da ecologia de populações,<br />

assim como da biologia evolutiva. Para<br />

a sociobiologia, todo comportamento resulta de<br />

uma interação entre herança e ambiente. Desse<br />

modo, o comportamento estaria sujeito aos<br />

efeitos da seleção natural, de tal maneira que<br />

os animais estão predispostos a comportar-se<br />

adaptativamente em seu ambiente natural.<br />

Quanto à abordagem dos modelos de subsistência,<br />

Begossi (1993) observa que essa abordagem<br />

refere-se ao entendimento da relação<br />

homem-ambiente, a partir do conhecimento das<br />

relações humanas com a exploração de recursos.<br />

Esses modelos são oriundos da arqueologia<br />

e da ecologia evolutiva e são utilizados para<br />

entender o comportamento humano na procura,<br />

obtenção e escolha de recursos para consumo.<br />

Conforme a autora, o propósito de utilizar<br />

esses modelos analíticos é que estes permitem<br />

fazer previsões sobre comportamentos em situações<br />

específicas. Os modelos de subsistência<br />

referem-se em particular, à procura e obtenção<br />

de alimentos por indivíduos de uma população,<br />

daí a estreita relação entre teorias ecológicas<br />

e a economia.<br />

Ao conceituar a abordagem da transmissão<br />

cultural, Begossi (1993) utiliza-se de Cavalli-Sforza<br />

e Feldman (1981), quando definem<br />

cultura com ênfase na transmissão cultural,<br />

como sendo a capacidade de aprender a transmitir<br />

conhecimentos entre gerações. A transmissão<br />

cultural denominar-se-ia vertical quando<br />

ocorresse entre pais e filhos; horizontal se<br />

ocorresse na mesma geração; e ainda oblíqua<br />

se fosse registrada entre gerações.<br />

Por fim, Begossi (1993) trata sobre a ecologia<br />

aplicada que, por sua vez, estuda os aspectos<br />

relacionados à ecologia de populações,<br />

em particular sobre as populações humanas<br />

(aspectos demográficos) com a quantidade<br />

(escassez) e qualidade (poluentes) dos recursos<br />

disponíveis. A capacidade de suporte compreende,<br />

nesse cenário, um conceito importante<br />

de reflexão e apoio à tomada de decisão.<br />

Begossi argumenta em relação à necessidade<br />

de se compreender e considerar essas<br />

abordagens de formas complementares e em<br />

direção a uma melhor dinâmica de entendimento<br />

das relações homem e ambiente a partir<br />

do universo da ecologia humana.<br />

A autora destaca que, para muitos, estudar<br />

a relação com o ambiente inclui outros fatores,<br />

sejam econômicos, sociais ou psicológicos,<br />

sendo que a ecologia humana transcende<br />

a própria ecologia. Já para outros, a ecologia<br />

humana tem objetivos e metodologias mais<br />

específicos e que incluem entender o comportamento<br />

humano sob variáveis ambientais.<br />

Nesse sentido, conhecer as abordagens de ecologia<br />

humana “dentro da ecologia”, representa<br />

conquistar a capacidade de se utilizar ferramentas<br />

no desafio de compreender a interação<br />

entre homem e ambiente.<br />

Quando se aproxima o olhar da questão<br />

das hidrelétricas na Amazônia, observando o<br />

real alcance de seus benefícios e impactos<br />

econômicos, sociais e ambientais, se começa<br />

a compreender o alcance do potencial da ecologia<br />

na análise da relação homem-ambiente.<br />

Para Begossi (1993) todas as abordagens e<br />

suas respectivas questões existem entre a humanidade<br />

e a natureza e perdem o sentido se<br />

são consideradas exclusivas. Portanto, não<br />

caberia a cada linha de pesquisa explicar tudo,<br />

mas contribuir muito para uma pequena parcela<br />

do conhecimento sobre a relação do homem<br />

com o ambiente.<br />

No tratamento do homem e do ambiente,<br />

mais especificamente na Região Amazônica,<br />

utiliza-se a demonstração de Fearnside (2003).<br />

O autor procura demonstrar de forma muito in-<br />

29<br />

Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p. 21-35, jun. 2009

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