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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

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3.2.5 Entrevistas com os agricultores de Igarapé-Açu<br />

Pergunta 1: Sobre as vantagens e/ou desvantagens<br />

do sistema de trituração moto mecanizada<br />

na agricultura familiar, o agricultor Sebastião<br />

Gomes (28) disse que:<br />

A agricultura sem queima tem muitas<br />

vantagens: a mão de obra é bem menor<br />

que a tradicional; manutenção dos<br />

nutrientes do solo; a cobertura morta<br />

evita a erosão, recuperação rápida da<br />

capoeira e não permite invadir a área<br />

vizinha. A desvantagem é que a gente<br />

fica sem lenha para fazer a farinha<br />

porque tritura tudo; caso a área seja<br />

desnivelada o trator não entra.<br />

Pergunta 2: A importância do sistema de trituração<br />

da capoeira. O agricultor Raimundo dos<br />

Santos Martins, 76, da Comunidade São João:<br />

Com a trituração a gente pode plantar<br />

qualquer época do ano, não tem esse<br />

negócio de esperar o inverno ou o verão,<br />

mas o problema é que a gente não<br />

tem mais de uma máquina. Só vai melhorar<br />

se comprarem uma máquina pra<br />

comunidade. A ideia é muito boa, só<br />

que é difícil conseguir esse serviço<br />

porque só tem uma máquina pra todo<br />

mundo. Por isso o pessoal está ainda<br />

usando o fogo para o plantio.<br />

Pergunta 3: O que mudou na sua propriedade depois<br />

do Tipitamba com o sistema de trituração? O<br />

agente comunitário e agricultor Luciano (22):<br />

Mudou muita coisa. A mentalidade das<br />

pessoas hoje, aqui na comunidade é<br />

outra. Já existe certa conscientização,<br />

mas ainda falta muito. O sistema é<br />

bom: o solo fica mais fértil; tudo vira<br />

adubo; não precisa estar capinando.<br />

Ainda tem gente queimando, por falta<br />

de organização. Pra resolver tem que<br />

aumentar o número de associados para<br />

se obter mais recursos.<br />

Pergunta 4: A importância do sistema de trituração<br />

para o agricultor e agente comunitário<br />

João (22), responde que: “É muito importante.<br />

Nesse sistema, o repouso da capoeira em média<br />

é de 3 anos. A gente pode plantar por mais<br />

de dois anos na mesma área e manter uma boa<br />

produtividade.”.<br />

Pergunta 5: Osmar Pereira (30): Como você entende<br />

o sistema de agricultura sem queima, hoje?<br />

Na agricultura sem queima gente pode<br />

aproveitar o material triturado e transformar<br />

em adubo orgânico. O solo fica<br />

mais fértil. Produz mais, em menos tempo<br />

e a mão de obra fica mais leve. O<br />

sistema, também, faz com que a gente<br />

possa evitar a degradação ambiental<br />

Pergunta 6: A agricultora Maria de Nazaré (51)<br />

diz que:<br />

A tecnologia é muito boa, mas ainda<br />

tem gente queimando. Uma máquina<br />

é insuficiente para atender todo mundo.<br />

É muita gente pra atender. Também<br />

é muito cara e, a gente sabe, precisa<br />

de recursos e a comunidade não tem<br />

como adquirir um equipamento deste.<br />

Pergunta 7: O agricultor Ramiro Agapito da Silva<br />

(60) fala sobre a conscientização ambiental que<br />

o sistema impõe:<br />

Aqui a gente está deixando de usar o<br />

fogo pra fazer o roçado. Eu gostei da<br />

gente poder reaproveitar a capoeira<br />

sem queimar, mas o negócio é que nem<br />

sempre a gente consegue ter esse serviço<br />

com a máquina. Quem dera que as<br />

autoridades vissem a importância disso<br />

tudo. Aí, sim, as coisas iam melhorar.<br />

A gente ia fazer tudo certinho.<br />

127<br />

Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.113-136, jun. 2009

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