C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

Como pode ser constatado pela fala dos
agricultores, em Igarapé-Açu há certa conscientização
em relação ao sistema de manejo da capoeira,
sem a utilização do fogo. A maioria considera
o sistema de trituração bom. A questão
cultural pode estar influenciando, mas os agricultores
que estavam acostumados a queimar
para o plantio, já têm certa visão da importância
do não uso do fogo, materializada na trituração
da capoeira. Por isso, declaram-se satisfeitos
e acreditam nessa tecnologia como uma excelente
alternativa para os agricultores. Apesar
disso, os agricultores por unanimidade, reclamam
que uma máquina só é incapaz de atender
à demanda local. Muitos lamentam a falta de
recursos para a aquisição do equipamento tão
importante na agricultura familiar.
Nesse caso, os recursos são fundamentais
para a adoção. Uma parcela considerável
dos informantes não acredita nos políticos,
nas instituições dos governos – municipal,
estadual e federal. Para esses entrevistados,
principalmente os mais idosos, entre
50 e 76 anos, a falta de apoio dos dirigentes
políticos é enorme e, isso influencia na adoção.
Mesmo reconhecendo que o sistema é
bom, acreditam que a implementação só será
possível se houver apoio das instituições que
têm como princípio o setor produtivo agrícola
familiar.
3.3 A PESQUISA EM MÃE DO RIO
Em Mãe do Rio, as comunidades engajadas
no Projeto Tipitamba são 3: Jerusalém, com
6 famílias; Santa Rita, com 2 famílias e Santa Ana,
com 5 famílias, totalizando 13 famílias que já
vêm praticando, gradativamente, o sistema de
trituração da capoeira. Deste total, apenas 11
deram entrevistas, como mostra a tabela 5.
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Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.113-136, jun. 2009