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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

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28<br />

bitat e não fornece uma base adequada para o<br />

gerenciamento ambiental. É fundamentalmente<br />

um conceito reducionista e preservacionista.<br />

O que é necessário é uma abordagem diferente<br />

da visão deste paradigma, com foco no<br />

desenvolvimento de estratégias que busquem<br />

assegurar que as transformações globais levem<br />

a sistemas humanizados de natureza sustentáveis<br />

que caracterizam a proposta do autor.<br />

Todavia, Hardin (2002) alerta que os problemas<br />

humanos não possuem solução técnica,<br />

e sim que a solução está baseada em modificações<br />

morais e éticas, que só podem ser atingidas<br />

por meio de conscientização que, por sua<br />

vez, é resultado da educação. Assim, o autor<br />

conclui que a solução reside em um processo<br />

de educação interior no intuito de admitir a<br />

possibilidade de coerção dos outros prejudicados.<br />

Mútua coerção com mútuo consentimento.<br />

Mas para isso faz-se necessário adquirir-se<br />

um maior nível de consciência com relação aos<br />

problemas comuns, buscando constantemente<br />

educação e disciplina.<br />

4 A ECOLOGIA E A IMPORTÂNCIA DAS RELA-<br />

ÇÕES HOMEM-AMBIENTE NA AMAZÔNIA<br />

A ecologia compreende uma área das ciências<br />

biológicas que estuda os seres vivos em<br />

relação ao ambiente. Os ecólogos, assim como<br />

os cientistas, supõem que existe uma realidade<br />

organizada na natureza e que podem formular<br />

princípios que refletem de modo adequado<br />

essa ordem natural. Não é de se estranhar que<br />

a ecologia e seus meandros reservem imensos<br />

conteúdos que, por meio das relações homemambiente,<br />

sirvam como ricos subsídios na discussão<br />

do desenvolvimento regional e, oportunamente,<br />

de fontes de energia apropriadas a<br />

esse desenvolvimento.<br />

Begossi (1993), tendo por base esse contexto,<br />

discute a utilização de conceitos ecológicos<br />

por outras áreas, como a antropologia, a<br />

geografia, a sociologia e a psicologia, que apresentam<br />

desenvolvimentos próprios de ecologia.<br />

Para se entender a relação do homem com<br />

a natureza é necessário conhecer os conceitos<br />

de ecológico e biológico, assim como modelos<br />

analíticos de ecologia. É nesse sentido que a<br />

autora atenta à necessidade de conhecer algumas<br />

abordagens de ecologia humana como a<br />

ecologia cultural, a etnobiologia, a sociobiologia,<br />

os modelos de subsistência e de transmissão<br />

cultural e a ecologia aplicada. Essas abordagens<br />

não apresentam divergências e sim se apresentam<br />

complementares, pois trabalham perguntas<br />

distintas e possuem metodologias próprias<br />

de ação.<br />

A seguir, apresenta-se uma breve análise<br />

conceitual a respeito dessas abordagens com o<br />

propósito de melhor compreender as relações<br />

entre o homem e a natureza. A primeira abordagem<br />

é a da ecologia cultural, que estuda os<br />

modos em que o homem se relaciona com o<br />

ambiente e como as atividades humanas afetam<br />

esse ambiente. A ecologia cultural tenta<br />

explicar a origem dos rasgos culturais característicos<br />

e as formas que caracterizam distintas<br />

zonas. Begossi cita Steward (1955) quando inclui<br />

na ecologia as características culturais relacionadas<br />

à subsistência e à economia, por entender<br />

que a cultura inclui tecnologia, economia<br />

e organização social.<br />

A etnobiologia, por sua vez, tem o objetivo<br />

de analisar a classificação das comunidades<br />

humanas sobre a natureza, em particular sobre<br />

os organismos. A existência ou não de regras ou<br />

princípios universais de classificação representa<br />

ponto importante das preocupações nesse<br />

estudo. A etnobiologia origina-se da antropologia<br />

cognitiva, em particular da etnociência,<br />

que busca entender como o mundo é percebido,<br />

conhecido e classificado por diversas culturas<br />

humanas.<br />

Conforme Begossi (1993), o enfoque da<br />

Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p. 21-35, jun. 2009

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