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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

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40<br />

internacionais sobre o clima. Para tanto, utilizou-se<br />

o método de pesquisa bibliográfica e<br />

análise documental.<br />

Assim sendo, este trabalho está dividido<br />

em cinco seções: a primeira é a Introdução; na<br />

segunda seção, Desenvolvimento Econômico e<br />

Meio Ambiente discute-se brevemente a evolução<br />

do pensamento econômico a partir da<br />

economia clássica até a economia ambiental<br />

neoclássica. Na terceira seção encontrar-se-á um<br />

ensaio sobre segurança alimentar internacional<br />

e conservação ambiental na Amazônia. Já, na<br />

quarta seção discute-se a atual conjuntura das<br />

negociações internacionais sobre o tema. Por<br />

fim, na quinta e última seção, estão expressas<br />

as considerações finais.<br />

2 <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO<br />

AMBIENTE<br />

Nos últimos anos, as questões relacionadas<br />

ao meio ambiente têm sido motivo de intenso<br />

debate no meio acadêmico nacional e internacional.<br />

A sociedade evoluiu e juntamente<br />

com ela as teorias que buscam, em essência,<br />

apontar caminhos para o progresso e o desenvolvimento<br />

dos países. Em função disso, a análise<br />

da atual conjuntura amazônica nacional e<br />

internacional deve partir da apreciação dos conceitos<br />

e fundamentos da teoria econômica em<br />

perspectiva histórica de evolução do pensamento<br />

econômico.<br />

Neste contexto, destaca-se que o meio<br />

ambiente, na Teoria Econômica Clássica 1 , foi um<br />

elemento relegado ao segundo plano, mesmo<br />

considerando que seus autores principais atribuíam<br />

a produção de riquezas (Q) a três fatores:<br />

trabalho (T), capital (K) e natureza (N), ou seja,<br />

Q = f (T, K, N).<br />

Para os pensadores dessa escola, a exemplo<br />

de Adam Smith (1996), a preocupação com<br />

os recursos naturais estava restrita às limitações<br />

na produção de alimentos, diretamente correlacionada<br />

com a quantidade disponível de terras<br />

agricultáveis. Nesse sentido, Mueller (2007)<br />

destaca que os economistas clássicos viam o<br />

meio ambiente como neutro e passivo. Já os<br />

economistas neoclássicos 2 “[...] focalizavam<br />

economias nas quais a indústria já tinha assumido<br />

posição predominante. Com isso, a natureza<br />

foi, cada vez mais, ficando em posição secundária<br />

na análise neoclássica” (MUELLER,<br />

2007. p. 125). Assim, a produção de riquezas<br />

passou a ser apenas uma função de dois fatores,<br />

trabalho e capital, de modo que Q = f (T, K).<br />

As explicações para o posicionamento dos<br />

teóricos neoclássicos fundamentam-se em<br />

dois elementos: o primeiro considera que, sendo<br />

os recursos naturais considerados como<br />

bens livres, não eram escassos e, por isso, não<br />

tinham valor de troca, pois a natureza lhes fornecia<br />

de maneira gratuita; o segundo elemento<br />

reside no fato de que as principais economias<br />

estavam passando por um considerável<br />

processo de industrialização, derivados dos<br />

avanços tecnológicos da Revolução Industrial.<br />

Diante disso, as questões ambientais foram literalmente<br />

relegadas ao segundo plano, tanto<br />

pelas principais escolas do pensamento econômico<br />

quanto pela sociedade até o final da<br />

década de 1960.<br />

Os períodos posteriores foram fundamentais<br />

para o surgimento de várias teorias e concepções<br />

que passaram a considerar os recursos<br />

naturais como elementos tão importantes quanto<br />

a atividade econômica e o bem-estar social,<br />

a exemplo da economia ambiental neoclássica,<br />

economia ecológica, desenvolvimento susten-<br />

1<br />

Linha de pensamento econômico que vai da publicação do<br />

livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, em 1776, aos<br />

Princípios de Economia Política, de John Stuart Mill de 1848<br />

[...]” (SANDRONI, 1998. p. 120).<br />

2<br />

Escola de pensamento predominante entre 1870 e a Primeira<br />

Guerra Mundial, também conhecida como escola<br />

marginalista por fundamentar-se na teoria subjetiva do<br />

valor da utilidade marginal para reelaborar a teoria econômica<br />

clássica” (SANDRONI, 1998. p. 125).<br />

Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p. 37-53, jun. 2009

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