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C:\ARQUIVO DE TRABALHO 2010\EDI - Unama

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seu posicionamento diante do mercado. A ação<br />

desse serviço é de fundamental importância para<br />

a organização da pequena produção e conectá-la<br />

horizontalmente com outras organizações para<br />

troca de experiências, busca de informação técnica<br />

e de apoio do crédito rural para produção,<br />

agregação de valor ao produto no local e comercialização<br />

dos produtos. A partir desse ponto,<br />

construir a integração vertical, buscando interação<br />

com o arranjo institucional para a estruturação<br />

de redes para viabilizar o desenvolvimento<br />

local e sustentável a partir dessa atividade.<br />

Os produtores informam que os preços pagos<br />

pelos atravessadores são muito baixos, sem<br />

estímulo para investir em produção comercial. O<br />

nó da questão está na incipiente organização da<br />

produção. Para se comercializar um produto para<br />

abastecer o mercado, necessita-se de uma produção<br />

em escala comercial. Isso exige organização<br />

dos pequenos produtores para uniformizar o padrão<br />

de qualidade do rebanho e aumentar a produção<br />

e produtividade dos rebanhos, pois produzir<br />

animais precoces com alto rendimento e qualidade<br />

das carcaças é o desafio a ser enfrentado<br />

pelos agentes da cadeia produtiva de ovinos e caprinos,<br />

principalmente no estado do Pará.<br />

6 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

A produção mundial de carne ovina e caprina<br />

cresceu nos últimos 10 anos à taxa de 2,2%<br />

ao ano, um pouco superior ao consumo médio,<br />

que evoluiu à taxa de 2,1%.<br />

A produção de ovino e caprino do estado<br />

do Pará, nos últimos 10 anos, evoluiu à taxa de<br />

8,17% ao ano, portanto mais de 3,7 vezes o crescimento<br />

mundial e, também, superior ao crescimento<br />

das regiões brasileiras: Sudeste, Norte,<br />

Centro-Oeste e Nordeste, uma vez que a<br />

produção do Sul caiu no mesmo período.<br />

No estado do Pará, os municípios com maior<br />

concentração da produção de ovinos foram<br />

Novo Progresso, Oriximiná, São Félix do Xingu<br />

e Itaituba, com pelo menos 3% do rebanho.<br />

Nenhum desses municípios consegue, isoladamente,<br />

viabilizar a implantação de um frigorífico<br />

com escala competitiva para abater pelo<br />

menos 100 cabeças por dia.<br />

O crédito rural aplicado à ovinocultura paraense<br />

e da Região Norte, além do pequeno montante<br />

de recurso, apresentou elevada instabilidade.<br />

O coeficiente de variação do crédito do FNO,<br />

no período de 2002 a 2008, quando as aplicações<br />

apresentaram maior significado, foi de 55,82% e<br />

48,21%, respectivamente no Pará e Região Norte.<br />

Isso mostra que o crédito apresentou alta volatilidade<br />

e risco para o produtor que decidiu investir<br />

em infraestrutura e tecnologia na atividade.<br />

O consumo brasileiro per capita de carnes<br />

ovina e caprina, em 2007, foi de 0,73 kg/hab/<br />

ano, quase três vezes inferior ao consumo médio<br />

mundial de 2,1 kg/hab/ano, porém, o consumo<br />

brasileiro vem crescendo, nos últimos 10<br />

anos, à taxa de 10,88% ao ano.<br />

A cadeia produtiva de ovino no Pará está<br />

incompleta e os agentes desarticulados em todos<br />

os elos em operação. Não há frigorífico especializado<br />

no abate e agregação de valor ao<br />

produto e a carne é comercializada sem inspeção<br />

sanitária. Os fluxos de informação e de inovação<br />

tecnológica estão em fase experimental<br />

e concentrados nas mãos de alguns empresários<br />

no segmento de produção. Não existe um<br />

serviço de extensão para difundir informações<br />

técnicas e sobre mercado, visando organizar a<br />

produção e orientar a integração da cadeia.<br />

Movendo Ideias, Belém, v. 14, n.1, p.99-111, jun. 2009

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