03.01.2015 Views

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Prosa - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O luar e o lugar dos sertões<br />

ção econômica, <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lamento social, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o futuro daquelas<br />

populações e em geral dos 12 ou 13 milhões <strong>de</strong> brasileiros que <strong>de</strong> Norte<br />

a Sul ocupam o corpo central do nosso país e constituem o braço e o coração<br />

do Brasil” (p.1957).<br />

Sílvio Romero diz, afinal, que nele, em Os Sertões, “A língua atinge a perfeição”<br />

e que se trata <strong>de</strong> “um dos livros máximos na literatura <strong>de</strong> língua portuguesa”<br />

(p. 1961).<br />

Na História da Literatura <strong>Brasileira</strong>, <strong>de</strong>JOSÉ VERÍSSIMO, não aparece o<br />

nome <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha, mas ele está na quinta série dos Estudos <strong>de</strong> Literatura<br />

<strong>Brasileira</strong>, escritos entre 1901 e 1907. Começa com José Veríssimo a<br />

distorção da natureza da obra <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s, consi<strong>de</strong>rando-o como livro <strong>de</strong><br />

“um poeta”, “um romancista”, “um artista”, “um pintor”, coisa <strong>de</strong> quem<br />

não sabia o que falar ou tinha medo <strong>de</strong> o dizer – beliscando e soprando ao<br />

mesmo tempo, dizendo “pena tenha o Sr. Eucli<strong>de</strong>s da Cunha viciado o seu<br />

estilo”, vendo erros <strong>de</strong> gramática e não se dando conta (como é o caso do<br />

relativo cujo) <strong>de</strong> que na sua História da Literatura <strong>Brasileira</strong> usou e abusou do<br />

emprego arcaico <strong>de</strong>ste termo. Mas, passada a “semostração” da importância<br />

do crítico, escreve, afinal, que<br />

“o Sr. Eucli<strong>de</strong>s da Cunha fez daquela campanha uma pintura vigorosa e um<br />

estudo que estava por fazer. Descreve-a minuciosamente, julga-a como técnico<br />

e como historiador moralista, mostra-lhe os erros, os crimes, as faltas<br />

<strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m, como os heroísmos, as bizarrias, os feitos <strong>de</strong> valor que foram<br />

muitos. Se <strong>de</strong>sassombradamente expõe aqueles, altamente proclama estes.<br />

Livro que me <strong>de</strong>u a impressão da maior sincerida<strong>de</strong>, aliada a nobres e<br />

generosos sentimentos morais, o seu contém lições que merecem ser meditadas,<br />

e que erro gran<strong>de</strong> fora esquecer” (p. 53).<br />

A Pequena História da Literatura <strong>Brasileira</strong>,<strong>de</strong>RONALD DE CARVALHO,é<strong>de</strong><br />

1919. Em vez <strong>de</strong> enfrentar diretamente a obra <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s, o crítico-poeta<br />

197

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!