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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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Reconstrução. Lá, 64 barracas foram montadas e servem de abrigo para os descendentes dequilombo que perderam tudo durante a enxurrada.CLIPPINGO acesso até a comunidade de Muquém é complicado, sendo por meio de uma estrada debarro totalmente irregular. Talvez por isso ainda não exista um transporte frequente deMuquém até a cidade.Artesanato garante renda e perpetua tradiçãoA produção de peças artesanais feitas em barro vem chamando a atenção de turistasbrasileiros e estrangeiros, que se deslocam até o Muquém para comprá­las, o que garanterenda e ajuda no sustento das famílias de remanescentes de quilombolas.Marinalva Bezerra da Silva, 72 anos, é uma dos quatro artesãos que trabalham com o barro nacomunidade. Ela confecciona utensílios, como panelas e potes para água, que são vendidos nafeira de União dos <strong>Palmares</strong> e em feiras de artesanato realizadas no Estado ao longo do ano.Com cinco filhos, 25 netos, sete bisnetos e três sobrinhos, dona Marinalva encontradificuldades para que a tradição do artesanato se perpetue na família. Isso porque nenhum dosdescendentes dela se interessa pelo trabalho com o barro, que foi o responsável pelo sustentoda família ao longo das gerações.“Isso vem da minha tataravó, que passou para minha bisavó, que ensinou a minha avó, passoupara minha mãe, até chegar em mim e até agora eu não passei para ninguém. Comecei aensinar a uma das minhas netas, que tem 12 anos, mas ela prefere se dedicar aos estudos”,conta a artesã, que confecciona cerca de 20 peças diariamente.Dona Irinéia Nunes da Silva, 63 anos, é uma que se destaca na rica produção artesanal local.Considerada Patrimônio Vivo do Estado, mestra Irinéia – como é conhecida – tem passado osensinamentos às pessoas da comunidade interessadas em aprender a trabalhar com o barro.“Sou aposentada, mas o dinheiro que vem das minhas peças é uma boa ajuda”, destaca.Quando questionada de onde vem o dom para o artesanato em barro, a mestra é rápida aoresponder que “é de Deus”, mas não hesita em confirmar que deu às suas peças, ao longo dos31 anos de trabalho, uma identidade própria. “Hoje eu sou reconhecida pelo Brasil afora, tematé peça minha espalhada em outros países”, fala orgulhosa.E é assim, colecionando histórias, que a comunidade de Muquém segue firme, na busca decada vez mais melhorias que possam trazer dignidade para essa e para as próximas geraçõesde descendentes de quilombolas.Sites e Portais __________________________________________________________ 123

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