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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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vivendo em condições modestas. Contam com água e luz, os mais velhos vivem do dinheiro daaposentadoria como agricultores, mas boa parte dos mais jovens se vê obrigada a trabalhar emoutras fazendas para sobreviver. O plantio próprio de variedades como milho e batata serveapenas à subsistência.CLIPPINGFaltavam condições de cultivar lavouras rentáveis, como arrozais. Há pouco mais de um ano,apenas, receberam equipamentos como trator e debulhadora de milho. Outras famíliaspreferiam arrendar o terreno, o que a partir de agora fica proibido.— Temos intenção de formar uma cooperativa e dar início ao plantio de arroz. Mas o maisimportante é que agora teremos um documento para deixar para nossos filhos e netos dizendoque essa terra tem dono — afirma o presidente da Associação Comunitária Dona Quitéria, oagricultor aposentado Diosmar Lopes da Rosa, 82 anos.A tentativa de regularização ganhou força em 1999, com a organização dos moradores emuma associação, e em 2001, quando receberam o reconhecimento como comunidadequilombola por parte da <strong>Fundação</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>Palmares</strong>. A Casca foi uma das primeiras áreas deremanescentes de quilombos do Estado a conseguir esse reconhecimento, o primeiro passopara obter o registro de propriedade. O último será dado hoje, quando o sonho registrado emtestamento há dois séculos sair do papel.Estado é o sexto maior em número de quilombolasO Rio Grande do Sul é o sexto Estado do país com maior número de comunidades quilombolasjá reconhecidas pela <strong>Fundação</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>Palmares</strong>, vinculada ao governo federal, com 82localidades certificadas. Os Estados com maior número de certificações são Maranhão (333áreas) e Bahia (332). A certificação permite que os descendentes de escravos, que somampouco mais de 3 mil famílias até o momento em solo rio­grandense, requisitem o título depropriedade.A comunidade gaúcha de Casca será a terceira área remanescente de quilombo no RioGrande do Sul a receber esse título. As outras duas estão em Porto Alegre e Canoas.— Representa uma maior visibilidade da história da comunidade negra que se encontra no RioGrande profundo e, muitas vezes, é invisível. Dá perspectiva de acesso a políticas públicas —avalia Ubirajara Toledo, coordenador­executivo do Instituto de Assessoria às ComunidadesRemanescentes de Quilombos do Rio Grande do Sul.Conforme estimativa da ONG Comissão Pró­Índio, que também defende interesses dequilombolas, os 180 territórios de descendentes de escravos que receberam título de posse atéjunho deste ano no país corresponderiam a 6% do total de áreas com direito ao benefício –cerca de 3 mil comunidades.Sites e Portais __________________________________________________________ 183

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