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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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CLIPPINGO cineasta Joel Zito Araújo falou da “Estética do Branqueamento” implantada pela mídiabrasileira. De acordo com estudo que realizou para a <strong>Fundação</strong> <strong>Palmares</strong>, mais de 90% dosapresentadores, convidados e jornalistas das TVs Públicas analisadas são euro­descendentes.O quadro se agrava nas instituições privadas. Joel Zito comentou ainda da auto­censura à qualse impõem os negros e pardos, adotando condutas e comportamentos brancos e negando asua identidade negra. “Devemos convencer as novas gerações da importância de vencermos opreconceito. Não queremos que a parcela afro­descendente da população brasileira passe ater um orgulho da sua identidade que gere conflitos com os brancos. O que nós queremos éque a sociedade brasileira tenha orgulho da sua diversidade”, concluiu o cineasta. Zulu Araújo,mediador do debate, defendeu com veemência a exclusão de obras racistas das escolas,citando Monteiro Lobato. Joel Zito, em tom mais apaziguador e reflexivo, propôs educadoresmais bem preparados para a devida contextualização e análise destas obras junto aosestudantes, para que eles compreendam o preconceito do passado e tornem­se cidadãos maisconscientes no presente.Mídia inclusiva e cidadãO diretor do ainda desconhecido Jardim das Folhas Sagradas (o filme estreou no Festival doRio e terá sua segunda exibição pública no evento de hoje), Pola Ribeiro, falou da suaexperiência à frente da Televisão Educativa da Bahia. Contou da bem­sucedida experiência decobertura televisiva da quinta­feira de Carnaval em Salvador, dia mais popular do festejo,dentre outras ações de afirmação da identidade negra que buscou implementar na TVE Bahia.De acordo com Pola Ribeiro, “o Carnaval da Bahia é negro, mas os negros ficam fora dosholofotes, na percussão, enquanto as estrelas brancas brilham no plano principal”. Deixouclaro, entretanto, que não classifica seu trabalho como o de uma mídia étnica, mas de umamídia de inclusão, de cidadania.Cultura formadora e transformadoraA experiência mais inspiradora relatada nesta manhã foi a da produção de Trampolim do Forte,de João Rodrigo Mattos. Para selecionar os atores mirins que atuaram no seu filme, o diretorfez testes com mais de 400 crianças. As 45 crianças selecionadas tiveram dois meses de aulasde interpretação, teatro, corpo, capoeira, voz, acompanhamento psicológico e palestras sobreplanejamento familiar e DSTs / AIDS. Algumas já conseguiram outros papéis em filmes e peçase o resultado da experiência é classificado como “inesquecível” para a maioria destas crianças.Esta ação só foi possível graças ao patrocínio público e a parcerias junto a empresas privadas,modelo ideal de financiamento, de acordo com João Rodrigo: “O ideal é que a iniciativa privadacompreenda junto com o poder publico a importância deste tipo de projeto. Isto não acontecede uma hora para a outra. Existe esta tendência, mas é um processo gradativo.”Sites e Portais __________________________________________________________ 86

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