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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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CLIPPINGO IBRIT: um pouco de históriaO IBRIT foi fundado em 1997 pelo Consulado Geral de Milão. Substituía o antigo centro culturalcriado em 1962 e fechado durante o governo Collor. A intenção era criar uma associaçãoprivada italiana, com caráter jurídico independente do Estado brasileiro, que pudesse atuar nacaptação de recursos financeiros no mercado italiano e, portanto, tornar­se autônomofinanceiramente da União. A criação dos Institutos era uma política global de privatização dogoverno de então. Vários centros de estudos foram transformados em Institutos e Fundações,principalmente na América Latina. Na verdade, até 2003, o IBRIT dependia quase queexclusivamente dos recursos enviados pelo governo brasileiro, ou seja, 77% da sua rendaprovinha do dinheiro público. Existia uma situação de escassa participação da comunidade deimigrantes e de total dependência financeira do Itamaraty. O Instituto teve que recorreralgumas vezes a Brasília para fechar suas contas. Em Abril de 2003 o IBRIT estava paralisadoe sem perspectivas de assinar um novo Convênio pois as prestações de contas de 2002encontravam­se atrasadas.Além do problema administrativo havia, sobretudo, um problema conceitual de estratégia. Porum lado, o IBRIT subestimava a existência um campo cultural em expansão de músicospopulares e eruditos, capoeiristas, fotógrafos, bailarinos, artistas plásticos brasileiros,professores que residiam na Itália e que cumpriam uma função importante de divulgação doBrasil, principalmente da denominada cultura popular. Este campo cultural tinha contato diretocom a comunidade brasileira, que com os anos aumentava, e mantinha uma relação dinâmicacom o campo cultural italiano, onde atuava e reivindicava a sua própria legitimidade cultural.[2]Os representantes desse campo de imigrantes propuseram­se diante dos associados do IBRITe do Itamaraty e foram eleitos à direção do Instituto.Por outro lado, o IBRIT não conseguia estabelecer uma ponte com as várias vertentesartísticas e culturais que emergiam na sociedade brasileira, por privilegiar principalmentealguns setores ligados ao Design e a Arquitetura. Com essa afirmação não se quer desmerecera importância que teve a organização das várias edições da Mostra “Brasil faz Design”, duranteo prestigioso Salão do Móvel em Milão, onde diversos talentos do design brasileiro revelaramsee construíram uma relação com um mercado à vanguarda mundial do setor. O que se querreforçar é a consideração que as novas contingências exigiam do Instituto processospluralísticos de negociações com os vários agentes que surgiam, indagando sobre novosespaços de trocas entre novas identidades, em uma arena política onde interesses diversosdialogavam e se contrapunham.[3]Era insuficiente também uma visão de diplomacia cultural que valorizava somente o aspecto darepresentação. Esse ponto de vista quase sempre revelava uma imposição passada através deuma sociabilidade artificial ­ o rumor dos salões de coquetéis ­ em detrimento do conteúdoBlogs ___________________________________________________________________ 311

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