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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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CLIPPINGcom todos os seus elementos constitutivos.[7] Um instituto cultural não poderia estruturar suasatividades só para um segmento de público, sob pena de transformar­se em clube reservado apoucos. A organização, em 2005, de um mês dedicado à lembrança do cinquentenário dodesaparecimento precoce de Carmen Miranda talvez possa ajudar a comprender os diferentespontos de vista do “caminho do meio”.A ideia veio de uma sócia, Margot Minelli, grande fã da artista. Como os contatos com o museuCarmen Miranda não foram adiante, obtivemos o apoio de um dos biógrafos da cantora, IberêMagnani, com fotos e objetos originais da grande cantora, e concordamos a sua vinda a Milãopara palestrar a respeito. Através de um cartaz de época, reconstruímos a passagem deCarmen pela Itália em 1954. Pesquisamos nos arquivos dos teatros em Milão, Roma ePalermo. Várias fotos inéditas foram encontradas em Milão e Palermo. Havíamos um fato querevestia a comemoração de um novo significado, que a aproximava da contemporaneidade, oque tornava mais fácil encontrar uma chave de leitura do evento. Trabalhamos com a famosafrase de Décio Pignatari, “o lugar comum incomum”, para desconstruir a imagem de exotismoligada à ícone de Carmen Miranda e reconstruí­la, conectando­a às trilhas do popcontemporâneo (quem mais ‘Bombshell’ que Madonna?) e do fashion design tropical. Aapresentação do evento trazia uma afirmação que reprocessava o mito na atualidade:“Qual é, então, o legado de Carmen Miranda à cultura brasileira contemporânea? O seusucesso, o seu extremo profissionalismo e a sua atualidade indicam­nos um dos caminhospossíveis a ser trilhado: a indissolubilidade entre o musical e o visual, entre a festa e oambiente, entre a explosão do ritmo e explosão da cor, para além dos estereótipos e dassimplificações, para além do futuro”. [8]InterdisciplinariedadeÉ necessário destacar um aspecto fundamental da vida de um Instituto <strong>Cultural</strong>: a sua naturezainterdisciplinar. Não é somente uma escola de idioma, ou uma galeria de arte, ou um cineclube, ou uma biblioteca ou um ponto de encontro entre compatriotas fora do país. E não étambém tudo isso junto. É mais.Seus vários planos se intercalam e geram novas formas e novos conteúdos. Aqui serve a liçãode Roland Barthes no Collège de France:“Para fazer alguma coisa de interdisciplinar não basta escolher um “sujeito” (um tema) e juntarduas ou três ciências. A interdisciplinariedade consiste em criar um novo objeto que nãopertence a ninguém”.[9]Blogs ___________________________________________________________________ 315

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