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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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Veículo: Zero HoraTítulo: No Dia da Consciência Negra, descendentes de quilombolas recebem título depropriedadeData: 20 de novembroCLIPPINGDescendentes de um grupo de 23 escravos alforriados vão receber hoje, Dia da ConsciênciaNegra, o título de propriedade da fazenda onde seus antepassados viveram e trabalharam.Após mais de uma década de tramitação, o processo de reconhecimento da posse dochamado Quilombo Casca realizará o sonho de 85 famílias que vivem no local. Esta será aterceira área quilombola do Estado a ser titulada, a primeira em zona rural.Um desejo manifestado em testamento quase 200 anos atrás será finalmente atendido hoje, nomunicípio de Mostardas, na região litorânea. Descendentes de um grupo de escravos vãoganhar o título de propriedade da fazenda onde seus antepassados trabalharam e quereceberam como herança da antiga dona em 1824. Será a primeira comunidade quilombola emárea rural a contar com registro de posse no Rio Grande do Sul.A história de dois séculos que envolve a regularização do terreno de 2,3 mil hectares,simbolicamente concluída no Dia da Consciência Negra, teve início quando a proprietária,Quitéria Pereira do Nascimento, decidiu beneficiar seus escravos. Quitéria era casada comFrancisco Lopes de Mattos, com quem não teve filhos. Segundo relatos dos descendentes,embora o casal tivesse escravos, não os tratava como tal.— Os dois eram muito religiosos. Consideravam nossos antepassados como pessoas quetrabalhavam para eles. Vários até tinham casas para morar — conta a aposentada Ilza deMatos Machado, 68 anos, moradora da região e responsável pelo conselho fiscal dacomunidade quilombola de Casca, como a área localizada junto ao km 95 da RST­101 éconhecida.Já viúva, Quitéria se mudou para Porto Alegre e deixou os 23 empregados negros vivendo naantiga sesmaria. Doente, antes de morrer decidiu registrar em testamento a decisão de dar aosescravos a liberdade e a posse da terra onde viviam — 64 anos antes da abolição daescravatura no país. Apesar da intenção da fazendeira, o benefício jamais resultou em umregistro em cartório. A área foi invadida inúmeras vezes nas décadas e nos séculos seguintes,e os moradores precisaram conviver com a ameaça de serem expulsos do terreno.Essa situação vai mudar às 11h de hoje, 186 anos após a elaboração do testamento, com aentrega do título de propriedade dos primeiros 1,2 mil hectares do total de 2,3 mil. O restanteestá em processo de desapropriação.Condições modestasAutoridades esperadas para a cerimônia, como o presidente do Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, vão encontrar cerca de 250 pessoasSites e Portais __________________________________________________________ 182

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