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Capa e Índice - Fundação Cultural Palmares

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antiga sesmaria. Doente, antes de morrer decidiu registrar em testamento a decisão de dar aosescravos a liberdade e a posse da terra onde viviam — 64 anos antes da abolição daescravatura no país. Apesar da intenção da fazendeira, o benefício jamais resultou em umregistro em cartório. A área foi invadida inúmeras vezes nas décadas e nos séculos seguintes,e os moradores precisaram conviver com a ameaça de serem expulsos do terreno.CLIPPINGNo último sábado, 186 anos após a elaboração do testamento, com a entrega do título depropriedade dos primeiros 1,2 mil hectares do total de 2,3 mil. O restante está em processo dedesapropriação.Condições modestasCerca de 250 pessoas vivem em condições modestas, os mais velhos vivem do dinheiro daaposentadoria como agricultores, mas boa parte dos mais jovens se vê obrigada a trabalhar emoutras fazendas para sobreviver. O plantio próprio de variedades como milho e batata serveapenas à subsistência.Faltavam condições de cultivar lavouras rentáveis, como arrozais. Há pouco mais de um ano,apenas, receberam equipamentos como trator e debulhadora de milho. Outras famíliaspreferiam arrendar o terreno, o que a partir de agora fica proibido.— Temos intenção de formar uma cooperativa e dar início ao plantio de arroz. Mas o maisimportante é que agora teremos um documento para deixar para nossos filhos e netos dizendoque essa terra tem dono — afirma o presidente da Associação Comunitária Dona Quitéria, oagricultor aposentado Diosmar Lopes da Rosa, 82 anos.A tentativa de regularização ganhou força em 1999, com a organização dos moradores emuma associação, e em 2001, quando receberam o reconhecimento como comunidadequilombola por parte da <strong>Fundação</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>Palmares</strong>. Casca foi uma das primeiras áreas deremanescentes de quilombos do Estado a conseguir esse reconhecimento, o primeiro passopara obter o registro de propriedade. O último será dado, quando o sonho registrado emtestamento há dois séculos sair do papel.Estado é o sexto maior em número de quilombolasO Rio Grande do Sul é o sexto Estado do país com maior número de comunidades quilombolasjá reconhecidas pela <strong>Fundação</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>Palmares</strong>, vinculada ao governo federal, com 82localidades certificadas. Os Estados com maior número de certificações são Maranhão (333áreas) e Bahia (332). A certificação permite que os descendentes de escravos, que somampouco mais de 3 mil famílias até o momento em solo rio­grandense, requisitem o título depropriedade.Sites e Portais __________________________________________________________ 217

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