Embora novas coletas <strong>de</strong> água sejam necessárias, aumentando o número<strong>de</strong> pontos amostrais, esses resultados suger<strong>em</strong> uma perturbação naqualida<strong>de</strong> das águas do rio Tainhas e seus afluentes.Os metais pesados (tais como alumínio, ferro, manganês e cobre) po<strong>de</strong>mser encontrados no meio aquático <strong>em</strong> duas formas principais, comoíons solúveis, com alta toxi<strong>de</strong>z sobre os organismos vivos, ou como precipitadosna forma <strong>de</strong> compostos insolúveis, o que diminui seu efeito nocivosobre esses organismos. A forma como esses metais está disponivel noambiete vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das condições químicas do meio (pH, t<strong>em</strong>peratura,oxigênio dissolvido), sendo <strong>de</strong>cisivas para <strong>de</strong>terminar a toxida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadael<strong>em</strong>ento. Os metais pesados atuam inibindo algumas enzimas catalisadorasda síntese proteíca ou inibindo a passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> nutrientes, acarretandoum efeito negativo sobre os organismos vivos, <strong>em</strong> especial sobre microorganismosque ten<strong>de</strong>m a tolerar concentrações <strong>de</strong> apenas alguns miligramaspor litro <strong>de</strong> metal pesado (FARIA & LERSCH, 2001)Estudos <strong>de</strong>monstraram que compostos <strong>de</strong> alumínio são extr<strong>em</strong>amentetóxicos para os ovas <strong>de</strong> peixe, produtores primários (algas) e consumidores<strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m (KLÖPPEL et al., 1997). O ferro <strong>em</strong> altas concentraçõrespo<strong>de</strong> vir a causar a morte <strong>de</strong> peixes pela <strong>de</strong>posição <strong>em</strong> suas guelras<strong>de</strong> precipitados e/ou hidróxidos <strong>de</strong> ferro (FARIA & LERSCH, 2001). O cobreé importante na manutenção <strong>de</strong> diversos processos biológicos, como parao metabolismo energético ou para o crescimento das plantas, contudo <strong>em</strong>elevadas concentrações po<strong>de</strong> provocar mudanças metabólicas, principalmenteno ciclo do nitrogênio, tornando-se tóxico (FLEMMING& TREVORS,1989). Por último, o manganês não é consi<strong>de</strong>rado tóxico para os seresaquáticos, salvo <strong>em</strong> teores muito elevados (FARIA & LERSCH, Op. Cit.).O ferro e o alumínio, por ser<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos bastante abundantes nossolos e portanto suscetíveis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> encontrados <strong>em</strong> corpos d’água, t<strong>em</strong>concentração variável <strong>de</strong> acordo com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuvas, a lixiviaçãodo solo ou a vazão da água. O rio Tainhas, no trecho amostrado, apresentasignificativa presença <strong>de</strong> vegetação junto as margens, logo os altos valores<strong>de</strong>sses metais amostrados po<strong>de</strong>m estar relacionados a agentes externos aoambiente aquático.4.3. Tecnologias apropriadas:Atualmente, apenas 10% do total <strong>de</strong> esgoto produzido no Brasil receb<strong>em</strong>algum tipo <strong>de</strong> tratamento; os outros 90% são <strong>de</strong>spejados in naturanos solos, rios, córregos e nascentes, constituindo-se a maior fonte <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradaçãodo meio ambiente e <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> doenças infecciosas e parasitasque existe (COSTA, 2010). O esgotamento sanitário requer, portanto,117
não só a implantação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta, mas também um a<strong>de</strong>quadosist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> tratamento e disposição final.A tecnologia apropriada para o saneamento ambiental <strong>em</strong> pequenaslocalida<strong>de</strong>s como a vila Unidos <strong>de</strong>ve conciliar objetivos <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong>,baixo custo, eficiência técnica, facilida<strong>de</strong> operacional e compatibilida<strong>de</strong> dassoluções com as condições da área, segurança e boa qualida<strong>de</strong> dos serviços.Os projetos para sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> esgotamento sanitários necessitam <strong>de</strong>coleta, afastamento do esgoto e tratamento, promovendo assim um <strong>de</strong>senvolvimentosadio e ambiental da comunida<strong>de</strong>. Com base nestas afirmaçõese na análise dos trabalhos <strong>de</strong> COSTA (2010), PHILIPPI et al. (2005), BRA-SIL (2006) e SPERLING (2005). A seguir apresentamos algumas sugestõespara implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> tratamento na Vila Unidos.Basicamente há dois sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> esgotamento sanitário: o sist<strong>em</strong>a individuale o coletivo.O sist<strong>em</strong>a individual consiste <strong>em</strong> fossa ou tanque séptico. É uma soluçãolocal, normalmente utilizado <strong>em</strong> áreas rurais <strong>em</strong> uma ou poucas residências,po<strong>de</strong>ndo aten<strong>de</strong>r a certo número <strong>de</strong> residências próximas entre si.Normalmente envolve infiltração no solo. Esse tipo <strong>de</strong> fossa é um tanqueenterrado, que recebe o esgoto, retém a parte sólida e inicia o processobiológico <strong>de</strong> purificação do efluente líquido. Quase s<strong>em</strong>pre funciona satisfatoriamentee t<strong>em</strong> um custo mais acessível do que os outros sist<strong>em</strong>as(SPERLNG, 2005).O sist<strong>em</strong>a coletivo consiste numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta e estação <strong>de</strong> tratamento<strong>de</strong> esgoto (ETE). É indicado para locais com maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacionaldo que no primeiro caso, como vilas, bairros ou centros urbanos.Consiste <strong>em</strong> canalizações que receb<strong>em</strong> o lançamento dos esgotos,transportando-os ao seu <strong>de</strong>stino final, <strong>de</strong> forma sanitariamente a<strong>de</strong>quada(SPERLNG, 2005). O sist<strong>em</strong>a coletivo po<strong>de</strong> ser dividido <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a unitário,sist<strong>em</strong>a separador parcial, sist<strong>em</strong>a separador absoluto e sist<strong>em</strong>a condominial(DALTRO FILHO, 2004).Destes, o que t<strong>em</strong> melhores resultados é o sist<strong>em</strong>a condominial, porser uma solução eficiente e econômica, já que se baseia na combinaçãoda participação comunitária com a tecnologia apropriada. Nesse sist<strong>em</strong>aa re<strong>de</strong> é projetada para receber o esgoto sanitário e mais uma parcela daságuas pluviais, com o objetivo exclusivo <strong>de</strong> coletar e transportar esgotos,com as canalizações muitas vezes localizadas <strong>em</strong> pontos internos das áreasdos lotes (quintal, jardim ou calçadas), a fim <strong>de</strong> viabilizar sua implantação(DALTRO FILHO, 2004). A re<strong>de</strong> é ligada a micro-sist<strong>em</strong>as, que são pequenasbacias <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> compostas <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> quadras condominiais,on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ser construída uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> baixo custo e118
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