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Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos em Unidades ... - Sema

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comercialização e/ou por extinção <strong>de</strong> algumas espécies <strong>de</strong> interesse. Nestalógica, é forçoso constatar que a ativida<strong>de</strong> extrativista se extinguiu <strong>em</strong> algumasáreas, conforme previsto; agoniza <strong>em</strong> outras; mas também persistecomo possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução social <strong>de</strong> populações rurais que <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong>sist<strong>em</strong>as produtivos on<strong>de</strong> a agricultura e o extrativismo se compl<strong>em</strong>entam(ALMEIDA, 2000 apud MOTTA et al. 2007).Além disso, novas questões <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> no cenário atual, segundo MUR-DOCH & MIELE (1999), o setor cont<strong>em</strong>porâneo <strong>de</strong> alimentos está se bifurcando<strong>em</strong> dois modos principais <strong>de</strong> produção: <strong>de</strong> um lado o convencionalque está ligado a re<strong>de</strong>s globais <strong>de</strong> alimentos - industrializados e padronizados- e <strong>de</strong> outro as re<strong>de</strong>s alternativas ligadas a processos <strong>de</strong> produção especializadose localizados. Nesta linha <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> segundo estes autores,a globalização garantiu o surgimento <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos padrõesligados ao mo<strong>de</strong>lo convencional <strong>de</strong> produção. Estes novos padrões têmsido dirigidos pelo alto grau <strong>de</strong> externalida<strong>de</strong>s e comandados por indústriastransnacionais, que reduziram a qualida<strong>de</strong> a um jogo <strong>de</strong> interesses estreitosentre a eficiência e o custo. Entretanto, <strong>em</strong> contraponto, se constataa <strong>em</strong>ergência <strong>de</strong> conjuntos alternativos <strong>de</strong> padrões, preocupados com aproximida<strong>de</strong> à natureza.Nesta última perspectiva, ressalta-se também a gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> queganha, no cenário da conservação, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> populações tradicionais oulocais. Os sist<strong>em</strong>as produtivos <strong>de</strong>stas populações, por apresentar<strong>em</strong> umaforma <strong>de</strong> interação mais harmônica com o meio natural, po<strong>de</strong>riam constituirestratégias <strong>de</strong> apropriação mais sustentáveis (DIEGUES, 1996). A partirda contribuição dos seringueiros e dos povos da floresta, o extrativismo,associa-se <strong>de</strong>finitivamente à conservação ambiental (CUNHA, 1999; ALMEI-DA, 2004). Decorr<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste contexto que as associações dos produtos comgrupos e espaços específicos representam novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reproduçãosocial para as populações locais e tradicionais (MOTTA et al., 2007).Associado a esta nova mudança <strong>de</strong> cenário e a valorização do extrativismoestá o aumento dos conflitos por acesso ao recurso (LITTLE, 2001).O extrativismo do pinhão, s<strong>em</strong>ente da Araucaria angustifolia, o pinheirobrasileiro, insere-se plenamente neste contexto. Sendo – juntamente coma erva-mate - o principal PFNM da Floresta Ombrófila Mista (FOM), o extrativismodo pinhão acarretou um acirramento <strong>de</strong> conflitos, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>medida pela valorização <strong>de</strong>ste como recurso nas últimas décadas.Neste capítulo, t<strong>em</strong>os por objetivo realizar uma breve reconstituiçãohistórica da importância do extrativismo do pinhão nos municípios <strong>de</strong> SãoFrancisco <strong>de</strong> Paula e Cambará do Sul (Rio Gran<strong>de</strong> do Sul), evi<strong>de</strong>nciandoalgumas das suas características e i<strong>de</strong>ntificando situações <strong>de</strong> conflito.139

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