Ao avaliarmos a distância entre as agregações <strong>de</strong> atropelamentos, consi<strong>de</strong>randoum raio <strong>de</strong> 1000 m, e as passagens <strong>de</strong> fauna e pontes, i<strong>de</strong>ntificamosque não há agregações próximas às pontes e passagens presentes naencosta e no planalto. Entretanto, as três passagens <strong>de</strong> fauna localizadasna Reserva Biológica da Mata Paludosa se sobrepõ<strong>em</strong> com locais com agregaçõespara todos os grupos <strong>de</strong> vertebrados avaliados, exceto para répteis.Este resultado indica que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente da existência da passag<strong>em</strong><strong>de</strong> fauna naquela unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação e <strong>de</strong> seu uso evi<strong>de</strong>nciado porarmadilhas fotográficas (BIOLAW, 2010), os animais tentam cruzar a rodoviae são atropelados.A mitigação da mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna <strong>em</strong> rodovias po<strong>de</strong> ser planejada<strong>de</strong> duas formas: através da modificação do comportamento humano ou docomportamento animal. Com relação ao comportamento humano, po<strong>de</strong>--se alertar o motorista e/ou ajustar o limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma estrada,aumentando o t<strong>em</strong>po que o motorista t<strong>em</strong> para evitar um aci<strong>de</strong>nte com afauna (SEILER & HELLDIN, 2006) e ampliando a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> travessias<strong>de</strong> animais. HOBDAY & MINSTRELL (2008), <strong>em</strong> um trabalho <strong>de</strong>senvolvido naAustrália, mostraram que uma diminuição <strong>de</strong> 20% no limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>num trecho <strong>de</strong> 10% da rodovia, nos locais <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> atropelamentos,resulta uma diminuição <strong>de</strong> 50% nos atropelamentos.5. Consi<strong>de</strong>rações finaisA sazonalida<strong>de</strong> dos atropelamentos <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, pois picossazonais po<strong>de</strong>m indicar que as ações <strong>de</strong> mitigação sejam aplicadas durante<strong>de</strong>terminadas estações e ainda assim diminuir o número <strong>de</strong> atropelamentos(HOBDAY & MINSTRELL, 2008). Isto diminuiria os seus custos <strong>de</strong> implantação.Na Rota do Sol, os atropelamentos se concentram no período <strong>de</strong>verão, permitindo que as medidas tais como o uso <strong>de</strong> radares móveis ecampanhas <strong>de</strong> sensibilização sejam adotadas neste período. Devido à gran<strong>de</strong>concentração do fluxo <strong>de</strong> turistas no verão na Rota do Sol, campanhas<strong>de</strong> divulgação do probl<strong>em</strong>a dos atropelamentos <strong>de</strong> fauna junto aos motoristas,como aquela que v<strong>em</strong> sendo realizada pela equipe da Secretariado Meio Ambiente do Estado (SEMA) com o slogan “Tire férias, mas nãotire vidas”, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009, po<strong>de</strong>m ter importante influência sobre o comportamentodos motoristas. Tal campanha necessita ser monitorada e avaliadaquanto a sua efetivida<strong>de</strong>.Com relação à diminuição no limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, a rodovia Rota doSol vive um conflito com os motoristas, principalmente no verão, <strong>de</strong>vidoaos radares instalados no trecho da Reserva Biológica Mata Paludosa. Muitosmotoristas argumentam que os congestionamentos que ocorr<strong>em</strong> noverão são <strong>de</strong>vido à existência dos radares. Uma alternativa para diminuir91
tal conflito po<strong>de</strong> ser a programação dos radares para controlar<strong>em</strong> a diminuiçãoda velocida<strong>de</strong> somente nos horários <strong>de</strong> maior trânsito <strong>de</strong> animaissobre a rodovia. Entretanto, para que esta medida possa seja implantadaé necessário i<strong>de</strong>ntificar os horários <strong>de</strong> travessia dos animais, o que não foifeito neste estudo.No trecho que passa pela Reserva Biológica Mata Paludosa, há três amplaspassagens <strong>de</strong> fauna sob a rodovia, mas ainda assim há agregações <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong>, o que justifica a diminuição no limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, pois háfluxo <strong>de</strong> animais sobre a rodovia. Uma alternativa para diminuir os atropelamentospo<strong>de</strong>ria ser a instalação <strong>de</strong> cercas nas laterais da rodovia. Entretanto,além do risco <strong>de</strong> furto <strong>de</strong>ste material (o que já ocorreu <strong>em</strong> outro trecho<strong>de</strong>ntro da APA Rota do Sol) e do gran<strong>de</strong> custo <strong>de</strong> manutenção, há alta probabilida<strong>de</strong>das cercas aumentar<strong>em</strong> o isolamento genético das populações.A instalação <strong>de</strong> cercas somente <strong>de</strong>ve ser uma alternativa quando umaampla gama <strong>de</strong> espécies utiliza as passagens <strong>de</strong> fauna e a proporção <strong>de</strong> atropelamentos(proporção do número total <strong>de</strong> tentativas <strong>de</strong> travessia da rodoviaque resulta <strong>em</strong> atropelamento) for muito alta (JAEGER & FAHRIG, 2004).Portanto, é fundamental continuar avaliando a efetivida<strong>de</strong> das passagens<strong>de</strong> fauna, visando i<strong>de</strong>ntificar quais as espécies que as utilizam, suas taxas <strong>de</strong>uso, quantificar o número <strong>de</strong> atropelamentos neste trecho e o número <strong>de</strong>travessias <strong>de</strong> sucesso. Estes resultados gerarão informações sobre o fluxo <strong>de</strong>indivíduos entre as populações, assim como a i<strong>de</strong>ntificarão das espécies quenão utilizam as passagens <strong>de</strong> fauna, mas apenas a rodovia para se <strong>de</strong>slocar.Os presentes resultados suger<strong>em</strong> que mesmo <strong>em</strong> rodovias <strong>em</strong> que oprocesso <strong>de</strong> licenciamento ambiental garantiu a adoção <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>mitigação, há inúmeras questões que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> monitoramento <strong>em</strong>longo prazo, após o início da operação da rodovia, para que sejam respondidas.Os resultados <strong>de</strong>stes monitoramentos precisam ser levados <strong>em</strong> contapelos gestores ambientais.6. Referências BibliográficasALENCAR, A.; MICOL, L.; REID, J., AMEND, M.; OLIVEIRA, M.; ZEIDEMANN, V. & DE SOU-SA JÚNIOR, W.C. 2005. A pavimentação da BR-163 e os <strong>de</strong>safios à sustentabilida<strong>de</strong>: umaanálise econômica, social e ambiental. Conservation Strategy Fund do Brasil, Belo Horizonte.29p.BIOLAW, 2010. Relatório <strong>de</strong> monitoramento da área <strong>de</strong> influência da rodovia Rota do Sol(RS-486/RST-453): compilação das informações obtidas entre 1997 e 2010. Relatório técnico(não publicado). 85p.CLEVENGER, A.P.; CHRUSZCZ, B. & GUNSON, K.E. 2003. Spatial patterns and factors influencingsmall vertebrate fauna road-kill aggregations. Biological Conservation 109: 15-26.92
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