possível avaliar variáveis que influenciam essas agregações e utilizar essainformação para planejar o traçado <strong>de</strong> novas rodovias.Em função da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impactos sobre a fauna silvestre, o planejamentoe a implantação <strong>de</strong> medidas mitigadoras mostram-se necessários.Com este objetivo, diversas medidas têm sido implantadas nos últimosanos, como túneis e pontes para travessia <strong>de</strong> fauna, redutores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>,placas informativas, entre outras (GLISTA et al., 2009). Entretanto, <strong>em</strong>borainúmeros estudos tenham registrado a funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssasmedidas (e.g. CLEVENGER & WHALTO, 2000; GOOSEM et al., 2005), suaefetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>de</strong>finição a<strong>de</strong>quada do local <strong>de</strong> sua implantação.Como uma maneira <strong>de</strong> aumentar o sucesso <strong>de</strong>ssas ações, o monitoramento<strong>de</strong> fauna atropelada po<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar um importante papel antes daadoção <strong>de</strong> recomendações gerais para a mitigação, tais como a instalação<strong>de</strong> passagens <strong>de</strong> fauna (COELHO et al.,2008).Entretanto, uma investigação precária <strong>de</strong>ssas questões po<strong>de</strong> acarretara implantação ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> impactos, tendocomo consequência o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> importantes recursos financeirose o <strong>de</strong>scrédito da estratégia perante <strong>em</strong>preen<strong>de</strong>dores, gestores e a população<strong>em</strong> geral.2. ObjetivoO objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi respon<strong>de</strong>r às seguintes questões: A mortalida<strong>de</strong><strong>de</strong> animais se distribui <strong>de</strong> forma agregada? Como fica a avaliaçãodos possíveis padrões <strong>de</strong> agregação <strong>em</strong> diferentes escalas espaciais? Consi<strong>de</strong>randotais diferentes escalas, como a mortalida<strong>de</strong> varia espaço? Como amortalida<strong>de</strong> varia no t<strong>em</strong>po?3. Material e métodos3.1. Área <strong>de</strong> estudoO presente estudo foi <strong>de</strong>senvolvido num trecho <strong>de</strong> 66,6 quilômetrosda rodovia Rota do Sol (RS-486/RST-453) no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil (500W19' 12", 290S 15' 58"/ 490W 57' 29", 290S 36' 59") (Figura 1). O trecho <strong>de</strong> estudoestá localizado na zona núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica(BRASIL, 2000 b) e transpõe ou margeia três importantes unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação estaduais: a Área <strong>de</strong> Proteção <strong>Ambiental</strong> Rota do Sol (54.670,5hectares), a Estação Ecológica <strong>de</strong> Aratinga (5.882 ha) e a Reserva Biológica79
Mata Paludosa (113 ha). A rodovia possui uma pista <strong>em</strong> cada sentido, limite<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 80 km/h e um tráfego médio <strong>de</strong> 3.108 veículos por dia(RIO GRANDE DO SUL, 2009).3.2. Monitoramento da mortalida<strong>de</strong>O monitoramento <strong>de</strong> animais atropelados foi realizado durante quatroa cinco dias consecutivos por mês, entre julho <strong>de</strong> 2009 e julho <strong>de</strong> 2010.Utilizando veículo a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 40-50 km/h, dois observadores registraramtodas as carcaças <strong>de</strong> vertebrados encontradas, incluindo anfíbios,répteis, aves e mamíferos. Cada carcaça teve as coor<strong>de</strong>nadas geográficas<strong>de</strong> localização registradas e foi i<strong>de</strong>ntificada até o menor nível taxonômicopossível.Com os dados do monitoramento <strong>em</strong> mãos, a primeira pergunta a serrespondida é se a mortalida<strong>de</strong> distribui-se <strong>de</strong> forma agregada. Caso nãoocorram agregações, as medidas mitigadoras po<strong>de</strong>m ser dispostas ao longoda rodovia com a mesma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso, pois não há locaiscom maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atropelamentos.Contudo, a <strong>de</strong>tecção do padrão <strong>de</strong> distribuição espacial po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteda escala e, portanto, é importante que esta avaliação seja realizada<strong>em</strong> múltiplas escalas. Caso o padrão espacial não seja <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>escala, <strong>de</strong>ve-se selecionar uma escala para a i<strong>de</strong>ntificação dos pontos <strong>de</strong>agregação ao longo da rodovia, escolha esta que <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> acordocom as medidas <strong>de</strong> manejo possíveis.Visando i<strong>de</strong>ntificar os locais com agregação <strong>de</strong> atropelamentos naRota do Sol e gerar subsídios para o planejamento <strong>de</strong> medidas mitigadoras,neste trabalho apresentamos os resultados consi<strong>de</strong>rando duas escalas: raio<strong>de</strong> 100 m e raio <strong>de</strong> 1000 m.As análises da distribuição espacial dos atropelamentos foram realizadasno programa Siri<strong>em</strong>a, um software livre distribuído pelo Laboratório<strong>de</strong> Ecologia <strong>de</strong> Populações e Comunida<strong>de</strong>s da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do RioGran<strong>de</strong> do Sul (COELHO et al., 2008; COELHO et al., 2010; TEIXEIRA, 2011).4. Resultados e discussão4.1. I<strong>de</strong>ntificação da fauna atropeladaForam registrados 834 animais silvestres atropelados na rodovia (Tabela16), sendo 358 anfíbios (11 espécies), 89 répteis (22 espécies), 166aves (45 espécies) e 162 mamíferos (20 espécies), totalizando 98 espécies.80
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