Dos entrevistados, 5% moram na área do futuro PNMR e 41% a frequentamdurante todo o ano, realizando ativida<strong>de</strong>s como passeios, banhos,retirada <strong>de</strong> lenha e pinhão. Tais ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m se tornar <strong>de</strong>gradadorase/ou trazer sérios probl<strong>em</strong>as ao ser humano, pois, na maioria das vezes, aspessoas não respeitam as trilhas, não sab<strong>em</strong> os lugares a<strong>de</strong>quados parabanho, r<strong>em</strong>ov<strong>em</strong> árvores ecologicamente importantes para a manutenção<strong>de</strong> espécies da flora e da fauna e não observam o período permitido paraa coleta do pinhão, retirando-o antes <strong>de</strong> amadurecer, o que po<strong>de</strong> reduzir aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento para os animais silvestres. Para PELIZZOLI (2004):“[...] são muitas as pequenas ações, costumes, hábitosque exerc<strong>em</strong>os cotidianamente que t<strong>em</strong> reflexoe consequências sócio-ambientais que pornós passam <strong>de</strong>spercebidas. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong>sconhecido aamplitu<strong>de</strong> e a inter<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> nossas ações <strong>de</strong>modo que ten<strong>de</strong>mos a viver como se não existissenada fora <strong>de</strong> nossa pessoa e habitat construído”.Muitas atitu<strong>de</strong>s são tomadas por hábito e/ou por influência cultural,quase que automaticamente, como a retirada <strong>de</strong> lenha, a queimada pararealizar plantações, a caça, a retirada <strong>de</strong> pinhão, s<strong>em</strong> analisar as conseqüências<strong>de</strong>ssas ações para o meio ambiente. A gran<strong>de</strong> maioria pensa suaspequenas ações são insignificantes para o todo, o que infelizmente nãoé verda<strong>de</strong>. As pequenas ações, quando somadas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>cisivas <strong>em</strong>termos <strong>de</strong> conservação dos recursos, fenômeno conhecido como tragédiados comuns (HARDIN, 1968). O SNUC (Lei Fe<strong>de</strong>ral 9.985/00), no seu Artigo28, consi<strong>de</strong>ra que a visitação publica <strong>de</strong>ve ser regulamentada pelo Plano<strong>de</strong> Manejo da unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação. No caso da ausência <strong>de</strong>ste (comoé o caso do PNMR), a visitação <strong>de</strong>verá seguir o que estabelece o parágrafoúnico do mesmo Artigo 28:“Até que seja elaborado o Plano <strong>de</strong> Manejo, todas asativida<strong>de</strong>s e obras <strong>de</strong>senvolvidas nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação <strong>de</strong> proteção integral <strong>de</strong>v<strong>em</strong> se limitaràquelas <strong>de</strong>stinadas a garantir a integrida<strong>de</strong> dos recursosque a unida<strong>de</strong> objetiva proteger, assegurando-seàs populações tradicionais porventura resi<strong>de</strong>ntesna área as condições e os meios necessáriospara a satisfação <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s materiais,sociais e culturais”.131
Em relação aos animais, 24% dos entrevistados diz<strong>em</strong> não ter visto nenhum.As pessoas das comunida<strong>de</strong>s da parte norte do PNMR, que ficapróxima a cida<strong>de</strong>, citaram apenas animais comuns (cachorros, pássaros,cavalos, quero-quero). Provavelmente, nesta área, os animais silvestres nãose façam presentes <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> pessoas e cães. Outra provávelexplicação é a caça, hábito comum na região. De acordo com MENEGAT &SATTERTHWAITE (2004):132“[...] todos os fatores da realida<strong>de</strong> estão <strong>em</strong> profundainter-relação e essa inter-relação gera um malambiente <strong>de</strong> vida ou um bom ambiente <strong>de</strong> vida”.Nas comunida<strong>de</strong>s da parte sul as pessoas diz<strong>em</strong> ver animais silvestres,tais como o bugio (Alouatta clamitans Cabrera, 1940), veado (Mazamaspp.), quati (Nasua nasua Linneaus, 1766) e a jaguatirica (Leoparduspardalis Linneaus, 1758) com boa frequência; provavelmente, <strong>de</strong>vido àconservação das matas e a baixa incidência <strong>de</strong> visitação <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> dadificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso. Os moradores <strong>de</strong>ssa região são os que moram hámais t<strong>em</strong>po no local e, por isso, <strong>de</strong>monstram mais cuidado com suas proprieda<strong>de</strong>se o meio ambiente. A integrida<strong>de</strong> do meio ambiente é um reflexodas ações humanas.Quanto à questão <strong>de</strong> se o Parque traz vantagens ou não para os moradores,a maioria dos entrevistados disse que sim (78%) e citou, como principaisvantagens, o lazer (9%), o turismo (24%) e a conservação do local(30%). Segundo CUNHA & GUERRA (2003):“O processo <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> políticas públicas,num <strong>de</strong>terminado contexto social e histórico égran<strong>de</strong>mente influenciado pela percepção que osindivíduos têm da realida<strong>de</strong>”.Nossos dados suger<strong>em</strong> que a gran<strong>de</strong> maioria da comunida<strong>de</strong> localt<strong>em</strong> uma visão positiva sobre a criação do PNMR o que po<strong>de</strong> facilitar oprocesso <strong>de</strong> implantação da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação.Dos entrevistados, 22% que disseram que o PNMR vai trazer <strong>de</strong>svantagens.As principais <strong>de</strong>stacadas citadas foram: restrições às ativida<strong>de</strong>s hojerealizadas e <strong>de</strong>sapropriação.Para DIEGUES (2001):“[...] quando se fala <strong>em</strong> respeito às populaçõeslocais, afirma-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Estado aban-
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AbstractRoad building is considered
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