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Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos em Unidades ... - Sema

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3.3. <strong>Conflitos</strong> <strong>de</strong> acesso ao recurso e as características da coletaDiferente <strong>de</strong> outras áreas do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul que foram ocupadaspela agricultura familiar na forma <strong>de</strong> colônias, nos Campos <strong>de</strong> Cima daSerra a estrutura fundiária foi marcada pela implantação das sesmarias aolongo do século XVIII. Ainda que passados mais <strong>de</strong> dois séculos, gran<strong>de</strong> parceladas terras permanece concentrada <strong>em</strong> fazendas. Estas fazendas, aindaque possam contribuir para a conservação da FOM, concentram os fatores<strong>de</strong> produção e o pinhão como recurso. As características que marcam estesdois municípios tornam a região relevante do ponto <strong>de</strong> vista ecológico eambiental, mas também transfer<strong>em</strong> ao contexto sócio produtivo do pinhãoum conjunto <strong>de</strong> situações das quais <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> conflitos <strong>de</strong> acesso e uso.Na medida <strong>em</strong> que se t<strong>em</strong> por objetivo enten<strong>de</strong>r as diferentes práticasextrativistas, se torna necessário compreen<strong>de</strong>r o contexto socioeconômicono qual elas acontec<strong>em</strong>. As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso a terra, o êxodo rural, ascondições <strong>de</strong> trabalho precárias, as limitadas oportunida<strong>de</strong>s no meio rurale a marginalida<strong>de</strong> urbana que caracterizam os municípios <strong>de</strong> São Francisco<strong>de</strong> Paula e <strong>de</strong> Cambará do Sul, <strong>de</strong>mandam novas estratégias <strong>de</strong> sobrevivênciadas famílias e grupos ali resi<strong>de</strong>ntes, os quais lançam mão dos recursosdisponíveis para garantir sua sobrevivência.Isso fica evi<strong>de</strong>nte no caso no extrativismo do pinhão naqueles municípios,on<strong>de</strong> 19 % dos informantes que são proprietários <strong>de</strong> terra (n= 27) indicama ocorrência <strong>de</strong> roubo do pinhão nas suas áreas, ou <strong>em</strong> outras áreas<strong>de</strong> coleta. Este fato parece ter íntima relação com aspectos produtivos, namedida <strong>em</strong> que a ativida<strong>de</strong> clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> coleta po<strong>de</strong> estar sendo realizadapor pessoas que não t<strong>em</strong> conhecimento associado a esta prática, ou,mesmo que o tenham, o grau <strong>de</strong> marginalização da ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> levá--las a uma subversão na forma <strong>de</strong> manejo, <strong>em</strong> relação ao que seria a coletatradicional. A associação <strong>de</strong>stas duas situações é relatada com freqüência,ou seja, casos <strong>de</strong> coleta s<strong>em</strong> consentimento e <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> pinhas <strong>em</strong>momento impróprio (ver<strong>de</strong>s).Outra questão geradora <strong>de</strong> conflitos <strong>em</strong> torno do extrativismo do pinhãoé a prática <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> pinhão <strong>em</strong>pregada pelas populações locais.Tradicionalmente, as práticas <strong>de</strong> extrativismo são a subida no pinheiro ea catação no chão, sendo que a primeira está relacionada à <strong>de</strong>rrubada dapinha e a segunda a coleta do pinhão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ocorrer a <strong>de</strong>bulha natural.Dos 34 informantes entrevistados, 42% tinham como prática <strong>de</strong> coletapredominante a catação, 36 % a subida e 22% associam as duas técnicas.O conflito <strong>de</strong>rivado da coleta do pinhão parece estar relacionado à regulamentaçãoda ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extrativismo, a qual se fundamenta na busca <strong>de</strong>145

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