CAPÍTULO 9:CARACTERÍSTICAS DO EXTRATIVISMO DO PINHÃOE SITUAÇÕES DE CONFLITO NO NORDESTE DO RIOGRANDE DO SUL, BRASILTHE EXTRACTION OF PINION (ARAUCARIA ANGUSTIFOLIASEEDS) AND SOME CONFLICTING SITUATIONS IN THENORTHEAST AREA OF RIO GRANDE DO SUL STATE, BRAZILCamila VIEIRA-DA-SILVA 1 ; Gustavo MARTINS 2 ; Rumi Regina KUBO 3 ; Lovois <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> MIGUEL 44ResumoHá uma revalorização do <strong>de</strong>bate sobre extrativismo, agora referenteàs novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> seus produtos aos mercados. Issose dá por meio <strong>de</strong> duas mudanças nos cenários atuais. De um lado, a <strong>de</strong>núnciados fracassos <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> conservação queeram planejados e implantados <strong>de</strong> forma dissociada. De outro lado, consumidoresestão valorizando novos produtos e novos padrões <strong>de</strong> produção,que visam uma maior proximida<strong>de</strong> com a natureza. Assim, o extrativismo<strong>de</strong> produtos florestais não ma<strong>de</strong>ireiros (PFNM) passa a ter uma mudança <strong>de</strong>status, no qual ele se torna cada vez mais valorizado. No entanto, associadoa esta revalorização aumentam os conflitos por acesso ao recurso, e, portanto,alguns grupos sociais que tinham sua segurança alimentar asseguradapor meio do extrativismo hoje estão sendo impedidos, ou tendo seuacesso dificultado a estes recursos. Estas questões são analisadas a partir doex<strong>em</strong>plo específico do pinhão, Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze.Palavras-chaves: extrativismo, produto florestal não ma<strong>de</strong>ireiro, pinhão,Araucaria angustifolia1Doutoranda <strong>em</strong> Desenvolvimento Rural, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (UFRGS). <strong>em</strong>ail: camivs@gmail.com2Pesquisadora voluntária do Laboratório <strong>de</strong> Gestão <strong>Ambiental</strong> e Negociação <strong>de</strong> <strong>Conflitos</strong> (GANECO/UERGS).Mestrandodo Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>em</strong> Desenvolvimento Rural/UFRGS, Pesquisador do Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> DesenvolvimentoRural Sustentável e Mata Atlântica (DESMA). <strong>em</strong>ail: gustavo.martins@ufrgs.br.3Professora do Departamento <strong>de</strong> Economia, Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>em</strong> Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica(DESMA)/UFRGS.4Professor do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>em</strong> Desenvolvimento Rural/UFRGS.137
AbstractThere is a new appreciation of the <strong>de</strong>bate on extraction, only nowreferring to new possibilities of integrating their products to the markets.This integration is achieved through two changes in the current scenarios.On the one hand, the <strong>de</strong>nunciation of the failures of <strong>de</strong>velopment plansand conservation measures that have been planned and impl<strong>em</strong>ented ina dissociated manner. On the other hand, consumers are appreciating newproducts and new production patterns, in or<strong>de</strong>r to get closer to nature.Thus, the extraction of non-timber forest products becomes increasinglyvaluable, taking on new status. However, this growing appreciation hasbrought an associated increase of conflicts over resource access, and therefore,some social groups who were able to survive by means of extractionare now being prevented of doing so, hin<strong>de</strong>red of having access to theseresources. In the present paper, these issues are addressed from the specificexample of the pinion, Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze.Key words: extractivism, non-timber forest products, Brazilian-pinenuts, Araucaria angustifolia1. IntroduçãoA década <strong>de</strong> 1970 foi profundamente marcada por uma mudança <strong>de</strong>cenário mundial no que tange à questão ambiental. Um dos principais marcos<strong>de</strong>sta mudança <strong>de</strong> perspectiva foi a Conferência da Organização das NaçõesUnidas (ONU) sobre o Meio Ambiente, realizada <strong>em</strong> Estocolmo <strong>em</strong> 1972(ACSELRAD, 2001). Os <strong>de</strong>bates suscitados por aquele evento compreendiamum discurso <strong>de</strong> contestação pautado nos fracassos do projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentovigente e na preocupação com a conservação da natureza.No entanto, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>sta mudança <strong>de</strong> paradigmas, também o extrativismopassou a ter um status diferenciado. Conforme LESCURE (1992,p. 192) um “novo paradigma rompe, assim, com as utopias conservacionistasdaqueles anos”, quando o extrativismo era visto como uma ativida<strong>de</strong>economicamente não rentável, associada à pilhag<strong>em</strong> e à <strong>de</strong>struição dosagroecossist<strong>em</strong>as. Algumas formas <strong>de</strong> extrativismo, associado à categoria<strong>de</strong> produtos florestais não ma<strong>de</strong>ireiros (PFNM), passaram, assim a ser valorizadascomo forma <strong>de</strong> conciliação entre renda e conservação.As i<strong>de</strong>ias correntes, até então partindo <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> extrativismocomo um processo <strong>de</strong> retirada indiscriminada <strong>de</strong> produtos do ambientenatural, como as <strong>de</strong> HOMMA (1993), pregavam o fim do extrativismodiante da concorrência dos produtos sintéticos, das re<strong>de</strong>s arcaicas <strong>de</strong>138
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