atuantes nos pontos <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> pinhão (n=5), catadores proprietários <strong>de</strong>terra (n=8), catadores não proprietários <strong>de</strong> terra (n=5), técnicos da prefeitura(n=1) 6 e técnicos da Emater (n=2), além <strong>de</strong> agricultores que <strong>de</strong>tinhamconhecimento a respeito da história <strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong> Paula.3. Resultados e discussão3.1. A orig<strong>em</strong> histórica dos conflitosO pinhão era o principal el<strong>em</strong>ento da dieta dos indígenas da região,segundo dados arqueológicos, etnohistóricos e etnográficos (MABILDE,1988; METRAUX, 1946 apud IRIARTE & BEHLING, 2007). Para os Kaingangs,os limites entre os territórios das al<strong>de</strong>ias eram sinalizados através <strong>de</strong> sinaisnas cascas dos pinheiros. Embora estes territórios tivess<strong>em</strong> regras comunaisque permitiss<strong>em</strong> a circulação <strong>de</strong> todos por diferentes al<strong>de</strong>ias, a únicaexceção feita era para o pinhão, recurso que se consi<strong>de</strong>rava <strong>de</strong> usufrutoexclusivo da al<strong>de</strong>ia que habitava um <strong>de</strong>terminado território. Segundo (MA-BILDE, 1983, p. 127): 7 “A invasão <strong>de</strong> outra tribo para este fim era motivo <strong>de</strong>extermínio, para o qual eram convocados todas as <strong>de</strong>mais tribos”. Po<strong>de</strong>-seinferir que uma das razões para isto relacionava-se ao fato <strong>de</strong> que, além dopinhão ser um recurso alimentar importante, ele também atraía a fauna,acarretando maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais para caçar.Para os sesmeiros que se instalaram na região sul durante o séculoXVIII, o pinhão era o principal alimento para a engorda dos animais duranteo inverno e o alimento do peão que os levava para as invernadas nas roças<strong>de</strong> serra (BARBOSA, 1978). A principal ativida<strong>de</strong> econômica realizada nestassesmarias era a criação extensiva <strong>de</strong> bovinos e muares.Com a in<strong>de</strong>pendência do Brasil no inicio do século XIX, o regime <strong>de</strong>sesmarias extingue-se e t<strong>em</strong> início ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> posse, no qual qualquermorador po<strong>de</strong>ria ocupar terras <strong>de</strong> forma pacífica. No entanto, as dificulda<strong>de</strong>spara os lavradores nacionais não eram menores. Segundo ZARTH(2002, p.77):“...as terras iam sendo ocupadas a partir <strong>de</strong> um centro,ao redor das poucas vilas nas quais se encontrava6 De forma a estabelecer um <strong>de</strong>staque entre as categorias <strong>de</strong> catadores não proprietários e proprietários ao longo dotexto, optamos por adotar o termo catador ao primeiro caso e catador proprietário ao útlimo.7 O engenheiro belga Pierre François Alphonse Booth Mabil<strong>de</strong> atuou como engenheiro e agrimensor das colônias (nonoroeste do Estado) entre os anos <strong>de</strong> 1848 e 1854, período <strong>em</strong> que manteve contato com grupos Kaingang, tendo<strong>de</strong>ixado registros <strong>de</strong> sua experiência <strong>em</strong> um texto e <strong>em</strong> um conjunto <strong>de</strong> notas.141
segurança (...), mercado para os produtos agrícolase condições <strong>de</strong> transportes e comunicação. Nessasáreas é que os moradores influentes, do ponto <strong>de</strong>vista político, militar ou financeiro, adquiriam gran<strong>de</strong>sextensões <strong>de</strong> terras <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento dos lavradorespobres. Estes <strong>de</strong>veriam sujeitar-se à condição <strong>de</strong>agregados, peões ou, então, <strong>em</strong>igrar para áreas inóspitason<strong>de</strong> a lei <strong>de</strong> posses lhes permitia ocupar terras”.A Lei n° 601 <strong>de</strong> 1850, conhecida como “Lei <strong>de</strong> Terras” acabou com osist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> posse, através do qual o acesso à terra <strong>em</strong> termos jurídicos erafacilitado. Esta lei passou a servir como instrumento <strong>de</strong> controle da proprieda<strong>de</strong>da terra (MARTINS, 1973). Sua intenção era garantir o acesso à terrasomente àqueles que tivess<strong>em</strong> dinheiro para comprá-la. Mesmo que o preçofosse irrisório, os agricultores pobres nacionais do século XIX dificilmenteteriam recursos para pagá-la e, menos ainda, para custear as <strong>de</strong>spesas legaisinerentes ao processo <strong>de</strong> requerer e legitimar seus terrenos (ZARTH, 2002).Através da Lei <strong>de</strong> Terras pretendia-se, portanto, impedir o livre acessoao solo pelos colonos imigrantes e agricultores nacionais. 8 Ela foi apontadatambém como um marco fundamental no processo <strong>de</strong> transição da escravidãopara o trabalho livre no Brasil (ZARTH, 2002, p.47).O referido autor faz a ressalva <strong>de</strong> que essas consi<strong>de</strong>rações sobre aquestão da proprieda<strong>de</strong> da terra e da imigração, supramencionadas:“São analisadas a partir do ex<strong>em</strong>plo dos cafezaispaulistas que, estando <strong>em</strong> expansão, <strong>de</strong>pararam-secom o probl<strong>em</strong>a da falta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. No casorio-gran<strong>de</strong>nse, ao contrário, os imigrantes foram recrutadosna Europa exatamente para tornar<strong>em</strong>-sepequenos proprietários. Mas esse fato não nega asteses dos autores citados, pois o espírito do controleda terra, imposto pela lei <strong>de</strong> 1850, permitiu que aselites do Sul <strong>de</strong>terminass<strong>em</strong> a política <strong>de</strong> ocupaçãodas terras florestais, inclusive excluindo lavradoresnacionais pobres do acesso à proprieda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> favorda política <strong>de</strong> colonização (...) “Portanto, foram os lavradores nacionais que, <strong>em</strong> muitos casos, servindo<strong>de</strong> peões para as fazendas, se mantiveram coletando pinhão ao longo dos8 Segundo Zarth (2002) esta é uma questão unânime na literatura brasileira sobre o t<strong>em</strong>a.142
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