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NOVÍSSIMO DICIONÁRIO DE ECONOMIA - A Disciplina

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369 MARX, Karl Heinrichna desutilidade do trabalho junto com o sacrifíciode poupar o capital necessário à produçãode uma mercadoria. Marshall aplicou esse esquemageral a todo o campo de atividade econômica.Desse modo, o consumidor obteria umarenda por meio de um processo de equilíbrioentre a desutilidade do esforço e a utilidade derivadado gasto da renda obtida com essa desutilidade.Do mesmo modo, o modelo de seugasto seria determinado pela utilidade obtidapor uma mercadoria, à custa da utilidade perdidaao não comprar outras mercadorias. Marshalltambém sugeriu que, se os custos monetáriosde produção de duas mercadorias fossemiguais, os custos reais também seriam semelhantes.A partir dessa analogia, elaborou o conceito,desenvolvido antes por Dupuit, de “excedentedo consumidor”, que expressaria o excesso desatisfação experimentado pelo consumidor aocomprar um bem por um preço menor do queestaria disposto a pagar antes de pensar em adquiri-lo.A contribuição de Marshall ao problemado valor e do preço também está em suaanálise do equilíbrio entre a oferta e a procura.Ele distingue diferentes períodos de tempo emque as forças do mercado tendem a estabelecero equilíbrio: o “valor de mercado”, determinadoquando a oferta é fixa; e os “valores normais”,determinados num período curto, quando aoferta pode aumentar mediante estoques de trabalho,e a longo prazo, quando há modificaçõesno processo produtivo. Finalmente, sugere queo valor deveria ser considerado “não estático”quando há mudança em todos os dados econômicos:população, gostos, técnica, capital e organização.A distinção entre diferentes graus deequilíbrio da oferta e da procura ajudou Marshalla relacionar todas as categorias econômicas,ligando os problemas da oferta, da procurae do preço das mercadorias aos dos fatores deprodução. Desse modo ele inter-relacionou a troca,a produção e a distribuição. Tal análise doequilíbrio originou muitos conceitos atualmentede uso generalizado, como as noções de “elasticidadeda oferta e da procura” e o “princípiode substituição”. Também está implícita, nessateoria do equilíbrio do valor, uma teoria da distribuição.Pelo uso do fator tempo, Marshall distingueentre fatores que determinam os preçose aqueles que são determinados pelos preços. Emostrou que essa distinção não era absoluta, excetono caso da renda da terra (sempre determinadapelo preço), pois dependia de períodosde tempo. Mas, a curto prazo, a remuneraçãode muitos fatores é semelhante à remuneraçãoda propriedade do solo (a renda da terra), queproduziu o que ele chamou de “quase renda”.Quanto ao capital e ao trabalho, Marshall afirmavaque, a longo prazo, as remunerações dessesfatores deveriam ser iguais a seus custosmarginais: o juro tenderia a ser igual ao sacrifíciomarginal da poupança, e os salários, iguais àdesutilidade marginal do esforço. A produtividademarginal dos salários e dos juros deveriaser considerada parte de uma teoria completada distribuição. Marshall escreveu ainda Money,Credit and Commerce (Dinheiro, Crédito e Comércio),1923. Devido à popularidade de seus livrose de suas aulas (foi professor de economia políticaem Cambridge de 1885 a 1908), exerceuenorme influência na formação da geração posteriorde economistas.MARTINGALE. Designação de um processo dejogar pelo qual enquanto o jogador não ganha,vai dobrando as apostas.MARUTA. Veja Zaire.MARX, Karl Heinrich (1818-1883). Filósofo eeconomista alemão, o mais eminente teórico docomunismo. Estudante universitário em Berlim,ligou-se à chamada esquerda hegeliana, frontalmentecontrária ao absolutismo prussiano. Doutorou-seem direito pela Universidade de Ienacom a tese Sobre as Diferenças da Filosofia da Naturezade Demócrito e Epicuro, influenciado peladialética de Hegel. De maio de 1842 a janeirode 1843, foi redator-chefe do jornal RheinischeZeitung (Gazeta Renana), editado em Colônia,porta-voz do liberalismo alemão. Foi por forçade seu trabalho jornalístico que abordou, pelaprimeira vez, temas de natureza econômica, aoanalisar a ruína dos vinhateiros do Mosela e asquestões jurídicas relativas ao furto da lenhapraticado pelos camponeses alemães. Datamdessa época os artigos “A Liberdade de Imprensa”,“Manifesto sobre a Escola Histórica do Direito”,“Debates Motivados pela Lei contra oFurto da Lenha”, “Justificação do Correspondentedo Mosela”. O trato com esses problemaslevou-o a perceber a contradição entre a concepçãohegeliana do Estado, que deveria ser aencarnação do “interesse geral”, e as leis emanadasda Dieta Provincial renana, voltadas basicamentepara a defesa da propriedade privada.Segundo Ernest Mandel, já nessa época Marxteria vislumbrado a noção da mais-valia, de amplautilização posterior. Ao analisar uma disposiçãopenal que atribui ao proprietário o trabalhodo ladrão para compensar suas perdas, ele teriapercebido que é o trabalho forçado não-retribuídoa fonte das “percentagens”, isto é, do lucro.No entanto, sua postura política nesse períodoera a de um liberal radical. A adesão ao socialismoviria a ocorrer em Paris, onde Marx seexilou após o fechamento do Rheinische Zeitungpelo governo prussiano. Na capital francesa, eleentrou em contato com um movimento operáriorelativamente amadurecido e com revolucionáriosde toda a Europa, entre os quais Bakunin,

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