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NOVÍSSIMO DICIONÁRIO DE ECONOMIA - A Disciplina

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521 RENDA, Repartição daagrícolas. Como a composição orgânica do capitalna agricultura tende a ser inferior à médiasocial, o valor dos produtos agrícolas é superiorao seu preço de produção (preço de custo + taxamédia de lucro), a renda absoluta poderá serpaga ao proprietário como a diferença entre ovalor e o preço de produção. Se a composiçãoorgânica do capital na agricultura se igualar àmédia social, a renda absoluta não poderá serpaga (sem afetar o lucro do capitalista arrendatário)e deixará de existir. Veja também ComposiçãoOrgânica do Capital; Renda da Terra;Renda Diferencial.RENDA, Concentração da. Conceito que se refereà distribuição diferenciada da renda de umpaís ou região pelas diversas camadas sociais.É um dos campos em que a teoria econômicase liga mais intimamente à análise sociológicae política e às ideologias da sociedade de classes,que tentam justificar ou criticar a distribuiçãodesigual. Entre as teorias “justificativas” está ado “capital humano”: os diferenciais de rendarefletiriam os diversos níveis de treinamento eescolaridade dos indivíduos. Outra corrente teórica,algumas vezes denominada matemática ouprobabilística, criou um modelo explicativo segundoo qual a distribuição da renda se alterapor influência de “choques aleatórios”, que fariamaumentar ou diminuir a renda de cada pessoa.Já a corrente institucionalista aponta comodeterminantes da distribuição da renda as leissobre herança, a força relativa dos sindicatos eo papel do governo na fixação dos salários. NoBrasil, a partir da década de 60, desencadeou-seuma política econômica que provocou umaacentuada concentração da renda, atingindoprincipalmente os setores secundário e terciário.Partia-se do pressuposto de que o aumento darenda nas classes mais abastadas incentiva apoupança e o investimento e, conseqüentemente,o crescimento da produção. Para atingir essesobjetivos, o governo reduziu os salários reais e,além disso, visando a reduzir o poder de barganhados trabalhadores, proibiu as greves e tomououtras medidas coibentes da organizaçãooperária. O arrocho salarial dos trabalhadorespouco qualificados possibilitou que os aumentosde produtividade do sistema fossem, em suamaior parte, retidos em mãos dos empresáriose dos trabalhadores de nível elevado: foi o modelodo “milagre econômico brasileiro”. A conseqüênciafoi a brutal concentração da renda embenefício de uma minoria. Em 1960, por exemplo,50% dos assalariados de rendimentos maisbaixos recebiam 17,6% da renda total; em 1970estavam recebendo apenas 13,7% da renda dopaís. Paralelamente, 38,8% da renda cabiam, em1960, aos 10% mais ricos; em 1970, sua parcelahavia aumentado para 48,3%. Veja também Coeficientede Gini; Lorenz, Curva de; Renda, Repartiçãoda.RENDA, Repartição da. Maneira como se distribui,entre os participantes da produção, o resultadode sua atividade no processo produtivo.É tradicionalmente estudada do ponto de vistade uma distribuição funcional, isto é, da repartiçãoda renda segundo os fatores de produção:trabalho, capital e recursos naturais. Essa repartiçãose realiza por meio do pagamento de salários,juros, lucros e da renda da terra. DavidRicardo foi o primeiro a apontar a repartiçãoda renda como a principal questão da economiapolítica. Segundo ele, a renda total da sociedadeera distribuída entre as classes de acordo comsua participação no processo produtivo. Haveriatrês classes sociais: os proprietários da terra, osdonos de estoque ou capital necessário ao seucultivo e os trabalhadores. A renda do trabalhador(salário) dependeria do valor dos produtosnecessários para sua subsistência. A renda doproprietário territorial seria determinada peladiferença entre os custos de produção de cadapropriedade e os preços dos produtos no mercado.A remuneração paga ao capitalista seriadeterminada pela taxa de lucro, resultante dospreços dos produtos e das taxas das diversasremunerações (salários, renda da terra etc.) quecompõem o preço de custo. Nesse quadro, a rendados donos da terra tenderia a aumentar cadavez mais, em virtude do aumento constante dopreço dos produtos agrícolas, uma vez que, sobpressão demográfica, haveria uma crescente necessidadede cultivar terras menos férteis, queexigiriam a incorporação crescente de trabalhoe capital. O lucro, ao contrário, tenderia a diminuir,pois os salários não poderiam cair abaixodo nível de subsistência. A tendência à baixada taxa de lucros provocaria uma queda na acumulaçãode capital e um conseqüente declínioda atividade econômica, que alcançaria, então,o chamado “estado estacionário”. Karl Marx modificouas formulações ricardianas e desenvolveuuma teoria baseada nos conceitos de exploraçãoe mais-valia. A repartição seria decorrênciade um duplo mecanismo: numa primeirafase, capitalista e trabalhadores disputam a divisãoda renda (com a estipulação dos salários);numa segunda fase, já de posse da mais-valiasubtraída aos trabalhadores, os capitalistas repartem-naentre si, sob a forma de lucro líquido,juros e renda da terra. Marx analisou a repartiçãoda mais-valia total entre os vários ramos daprodução e também estudou a distribuição noâmbito de cada setor produtivo, entre capitalis-

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