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NOVÍSSIMO DICIONÁRIO DE ECONOMIA - A Disciplina

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PLANO BEVERIDGE 464procurava introduzir um novo alento à estratégiaexistente, reconhecendo a grande importânciado crescimento econômico como premissapara que os países pudessem pagar o serviçode suas dívidas externas. Ou melhor, o PlanoBaker deslocava a ênfase do lado da demanda(estabilização) para o da oferta (crescimento).Apesar de o plano ter sido amplamente elogiadopor realizar essa mudança de ênfase, muitas críticasforam levantadas. Aqueles que defendiama tese do “problema de liquidez” criticavam oplano porque ele não oferecia uma solução financeiraadequada e porque silenciava sobre opapel que os maiores emprestadores, como oFMI e as agências bilaterais de crédito às exportações,deveriam ter. Mas, na verdade, os problemaseram mais agudos, pois o plano não ofereciauma estimativa das necessidades de financiamentoexterno do conjunto dos quinze países,nem esclarecia como faria com que a comunidadefinanceira internacional liberasse os recursosprevistos. Além disso, o problema ia deixandode ser uma questão de liquidez para tornar-seum problema de solvência. Aos paísesque necessitavam de uma redução do montantede suas dívidas o plano oferecia, ao contrário,uma expansão da mesma, o que agravava a crisetambém do lado dos credores, pois forçava osbancos a aumentar seu grau de exposição colocandodinheiro onde não havia mais perspectivasde ganhos. Não é de estranhar que a situaçãoeconômica dos países devedores tenha se deterioradodurante três anos: a inflação aumentou,a renda per capita declinou ou estagnou e os investimentosminguaram. Se os bancos relutavamem emprestar dinheiro nessas condições eo FMI transformava-se num absorvedor líquidode recursos (na medida em que as dívidas contraídasnos anos anteriores tinham de ser pagas),outros acontecimentos ameaçavam os fundamentosdo Plano Baker. Em fevereiro de 1987,depois do desarranjo provocado pelo Plano Cruzado,o Brasil declarou a suspensão unilateraldos pagamentos de sua dívida. Em maio domesmo ano, ocorreu outro “choque”, quando oCitybank decidiu formar reservas de US$ 3 bilhõespara compensar sua exposure em relaçãoaos países devedores. Enquanto isso, os títulosdas dívidas, no mercado secundário, dos paísesem desenvolvimento, continuavam a despencar.Em setembro de 1987, o secretário Baker revisouseu plano, apresentando um “menu de opções”e acomodando o desejo de alguns bancos de permanecerfora dos pacotes que demandavam dinheironovo, com a introdução de bônus de saída.Mas, em dezembro daquele ano, o Méxicoe o Morgan Guaranty Trust Co. concordaramem leiloar parte da dívida mexicana com umdesconto. O Tesouro norte-americano saudou aidéia, assim decretando a falência do Plano Baker.Veja também Plano Brady.PLANO BEVERIDGE. Plano concebido por sirWilliam Beveridge, em 1942, para a revisão dosistema de seguridade social da Inglaterra. Cobriaoito causas primárias de necessidades: 1)desemprego; 2) invalidez; 3) perda de rendimentospor falta de emprego regular; 4) aposentadoria;5) necessidades oriundas do casamento(mulheres); 6) despesas com crianças (infância);7) despesas com funeral; 8) doença ou incapacidade.Veja também Beveridge, WilliamHenry.PLANO BRADY. Em março de 1989, a estratégiaoficial (leia-se Plano Baker) sobre a dívidasofreu uma virada dramática. Numa conferênciapatrocinada pelo Comitê Bretton Woods e o InstitutoBrookings, o novo secretário do Tesourodos Estados Unidos, Nicholas Brady, declarouque “o caminho para uma valorização dos créditose o retorno ao mercado de muitos paísesdevedores passa por uma redução da dívida”.Esse discurso, mais tarde batizado como PlanoBrady, representou uma mudança qualitativa notratamento da questão, considerando a reduçãoda dívida (do principal e/ou dos juros) não maisum aperitivo do “menu de opções” do Plano Baker,mas a via principal. O Plano Brady continhaas seguintes diretrizes: 1) para pleitear umaredução da dívida, os países devedores, em colaboraçãocom o FMI e o Banco Mundial, deveriamadotar políticas orientadas para o crescimento,encorajando o fluxo de investimentos estrangeiros,fortalecendo a poupança interna epromovendo o retorno de capitais depositadosno exterior. 2) Os países escolhidos só reduziriamsuas dívidas bancárias por meio de mecanismosvoluntários baseados no mercado. Paratanto, deveriam manter programas viáveis deconversão da dívida, permitindo que investidoresinternos participassem dessas transaçõespara estimular o repatriamento de capitais depositadosno exterior. 3) O FMI e o BancoMundial proporcionariam apoio financeiro paraa conversão de empréstimos bancários em novostítulos, com redução do principal e das taxas dejuros e para a recompra de débitos. 4) Os bancoscomerciais proporcionariam dinheiro novona forma de créditos comerciais e empréstimospara projetos. Eles negociariam a separação entredinheiro novo e a redução da dívida. 5) Osgovernos credores reestruturariam suas demandasmediante o Clube de Paris, proporcionariamsuporte financeiro adicional para os devedoresque estivessem desejando a redução da dívidae manteriam mercados abertos. Também redu-

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