08.09.2017 Views

Relatório Final - A verdade sobre a escravidão negra - Comissão da Verdade

  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

6.4.5 Acesso a serviços públicos<br />

A comuni<strong>da</strong>de reclama a falta de elementos básicos de política<br />

pública, quais sejam, educação, transporte, saúde, saneamento.<br />

Argumentam ain<strong>da</strong> que muitas <strong>da</strong>s verbas destina<strong>da</strong>s ao município<br />

obti<strong>da</strong>s em razão <strong>da</strong> existência de um “Kilombo”, na <strong>ver<strong>da</strong>de</strong> não<br />

chegam à comuni<strong>da</strong>de nem favorecem os quilombolas.<br />

Há também a falta de políticas para a juventude. Os jovens<br />

quilombolas reclamam a ausência de ações de governo relaciona<strong>da</strong>s<br />

particularmente à cultura, educação e entretenimento. Sentem-se<br />

abandonados e desamparados.<br />

Tratando-se de uma comuni<strong>da</strong>de pobre, percebe-se que há<br />

carência de condições básicas de vi<strong>da</strong>, tais como, alimentação,<br />

vestuário, moradia.<br />

Um caso particular se refere aos cemitérios, havendo dois<br />

e ambos em áreas priva<strong>da</strong>s de não-quilombolas. A Comissão<br />

visitou o Cemitério <strong>da</strong>s Crianças, também chamado “Cemitério dos<br />

Anjinhos”. Em área particular, esse quase foi destruído totalmente<br />

por ação de máquinas destina<strong>da</strong>s ao plantio.<br />

6.4.6 Violações de direitos vivenciados<br />

pela comuni<strong>da</strong>de<br />

A restrição do acesso à terra em face <strong>da</strong> atuação de fazendeiros,<br />

que no decorrer <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s foram ocupando as<br />

terras quilombolas, aparece como a principal violação a que estão<br />

submetidos os quilombolas Almei<strong>da</strong>s.<br />

Dona Délia Vieira de Almei<strong>da</strong> chama a atenção para o fato de<br />

que serviços de saúde e educação têm chegado na região do Centro<br />

Comercial Quilombo, onde existe escola, posto de saúde, farmácia,<br />

etc, porém não há quilombolas. A comuni<strong>da</strong>de relata que a<br />

situação é de usurpação do título Quilombo pelos proprietários do<br />

comércio, pois a partir do mesmo alcançam benefícios enquanto<br />

a população que é de fato quilombola, e que está situa<strong>da</strong> há oito<br />

quilômetros deste local, mal tem acesso aos direitos fun<strong>da</strong>mentais.<br />

Enquanto o centro comercial é representado e valorizado<br />

pelo título, a estra<strong>da</strong> que dá acesso à comuni<strong>da</strong>de quilombola não<br />

tem sequer sinalização. Não há placas ou referências quilombola<br />

também no posto de saúde que atende às famílias locais.<br />

Sobre este assunto a prefeitura municipal representa<strong>da</strong> por<br />

José <strong>da</strong> Silva Faleiro parece ser cúmplice do falso testemunho na<br />

medi<strong>da</strong> em que solicita <strong>da</strong> associação dos Almei<strong>da</strong>s que “não devem<br />

sair por aí dizendo que existem verbas específicas para comuni<strong>da</strong>des<br />

quilombolas”.<br />

137

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!