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Debaixo dos<br />
caracóis,<br />
muita história<br />
pra contar<br />
Cabelo, símbolo de feminilidade, é motivo de alegrias e sofrimentos<br />
O cabelo tem sido o causador de<br />
alegrias e tristezas entre as mulheres,<br />
que, em geral, gastam tempo e dinheiro<br />
em busca de um visual atraente. Por<br />
outro lado, a falta do cabelo, pelos mais<br />
variados motivos, traz sofrimento, mas,<br />
acima de tudo, desperta a solidariedade<br />
entre mulheres em todo o Brasil.<br />
O simples fato de um cabelo fora<br />
dos padrões da moda pode provocar<br />
atitudes de isolamento. Certamente,<br />
você conhece alguma mulher que já<br />
deixou de ir a uma festa porque o<br />
cabelo não estava bonito. Entre as<br />
adolescentes, esse dilema pode se<br />
tornar ainda maior. Ana Luísa, de 16<br />
anos, garante que já perdeu vários encontros<br />
com amigos porque não deu<br />
tempo de arrumar bem o cabelo. Isso<br />
implica hidratar, lavar, escovar ou<br />
pranchar seus cabelos. “Conheço garotas<br />
que pensam diferente e gostam<br />
do cabelo com volume, colorido ou<br />
com dreads, mas todas investem em<br />
algum visual que as fazem se sentir bonitas.<br />
Eu gosto do meu cabelo bem<br />
liso. Assim me sinto mais feminina.<br />
Quando acho que está feio, me sinto<br />
insegura, não quero sair e muito menos<br />
aparecer em fotografias”, conta.<br />
Em termos de estatísticas, Ana Luísa<br />
faz parte de um grupo que é a maioria<br />
em nosso país - 63% das brasileiras<br />
gostariam de ter cabelos lisos; sendo<br />
que menos de 20% realmente têm e<br />
42% os alisam. É o que apontou uma<br />
pesquisa realizada pela L’Oréal, que<br />
mostrou, ainda, que o cabelo das brasileiras<br />
é uma mistura de três categorias:<br />
oriental, afro e caucasiano. As que alisam<br />
suas madeixas, em geral, querem<br />
reduzir volume e, para isso, buscam<br />
produtos que tenham resultado imediato,<br />
independentemente das possíveis<br />
consequências, como dani ficar seriamente<br />
os fios.<br />
A designer gráfico, Fernanda Lourenço<br />
(foto), passou por uma experiência<br />
marcante em sua vida. Por usar química<br />
para relaxamento desde os 13 anos de<br />
idade, já não sabia mais como era seu<br />
cabelo. “Foi uma surpresa e uma<br />
grande alegria redescobrir meus cachos.<br />
Por causa da moda, comecei a relaxar<br />
meu cabelo na adolescência. Depois,<br />
passei a fazer escova progressiva, também<br />
por muitos anos. Até que um dia,<br />
quando já não estava gostando do aspecto<br />
do meu cabelo e também por incentivo<br />
de uma amiga, comecei a pensar<br />
na possibilidade de voltar a usá-lo natural.<br />
Foi um processo. Deixei a progressiva<br />
quando vi uma reportagem falando<br />
sobre os males, para saúde, do excesso<br />
da química. Porém, o mantinha liso<br />
com escovação. Quando me decidi por<br />
cortar o cabelo, tive medo, pois não<br />
sabia como ele estaria. Depois que<br />
cortei curto e deixei secar naturalmente,<br />
foi uma surpresa maravilhosa e, hoje,<br />
eu estou apaixonada com meu cabelo,<br />
me sinto mais feminina”, relata Fernanda<br />
Revista Elas por Elas - Abril 2015